Depois de um duro discurso do Banco Central contra a alta dos preços e da promessa de levar a inflação para algo ao redor de 4,5%, o mercado financeiro começou a revisar para melhor suas projeções para o custo de vida em 2017.
Segundo o Boletim Focus, publicação semanal na qual o BC reúne as expectativas de cerca de 100 analistas, a projeção para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do próximo ano caiu de 5,50% para 5,43%.
Essa foi a primeira queda na expectativa depois delas ficarem seis semanas congeladas em 5,50%. O Banco Central sob o comando de Ilan Goldfajn tem sido enfático: quer levar a inflação para a meta de 4,5%, número considerado pelo BC como factível.
A previsão do BC, que consta no último Relatório Trimestral de Inflação, um dos documentos mais importantes da instituição, prevê um custo de vida mais baixo do que o esperado pelo mercado até o momento, projeta um IPCA de 4,7%.
Inflação dentro dos limites
O documento ainda deixa claro que é baixa a possibilidade de o IPCA romper os limites de tolerância no próximo ano e ficar acima de 6,5% – valor considerado o teto para variação do indicador de preços.
Na avaliação do BC, a possibilidade desse limite ser rompido é de apenas 18%. Esse risco era maior até março, quando as chances eram de 22% do IPCA ficar acima do limite de tolerância.
O mercado começa a projetar inflação menor também para 2016. Entre a semana passada e a anterior, a expectativa para o IPCA deste ano caiu de 7,29% para 7,27% – movimento que consolida a avaliação de que os analistas têm confiança no atual Banco Central.
Entre os analistas que mais acertam as previsões, grupo chamado de TOP 5, a previsão para o IPCA deste ano caiu de 7,29% para 7,18%; para 2017, está em 5,30%.