O projeto que tem como objetivo preservar as nascentes que compõem o bioma pantaneiro está despertando a sensibilidade de órgãos ligados ao meio ambiente e que também se preocupam com as questões pertinentes a navegabilidade do rio Paraguai, principal fonte de escoação de minério de ferro, manganês, soja e outros produtos cujo transporte pela hidrovia é mais acessível para garantir disputa de preços no mercado internacional. Se rio Paraguai, assorear, como o Taquari ele perde sua principal função como canal de ligação entre os blocos do mercosul, principal hidrovia do complexo bi oceânico. O capital do Pantanal esteve reunido com o contra almirante Petrônio Augusto Siqueira de Aguiar, comandante do 6º Distrito Naval de Ladário que disse que já sobrevoou algumas nascentes da região de Miranda e Bodoquena, “ acompanhamos o presidente do Instituto Homem Pantaneiro Ângelo Rabelo e constatamos o que já era esperado, a expansão das atividades que podem por prejuízo ao meio ao meio como o plantio da soja que vem crescendo nesta região. É preciso a preocupação constante com a mata ciliar, pois esta não pode ser afetada. Se a agricultura for consciente, bem planejada e executada o meio não será prejudicado” , disse explicando que a Marinha tem apoiado as ações do IHP cedendo vagas no helicópteros sempre que fazem operações onde estão localizadas as nascentes, “nosso objetivo é ajudar o conservacionista a documentar a região a fim de estudos futuros” .
Projeto
O projeto chamado “ cabeceiras do alto Pantanal” desenvolvido pelo Conservacionista, ex-comandante da Polícia Militar Florestal, presidente do Instituto Homem Pantaneiro, Ângelo Rabelo foi desenvolvido com o objetivo de proteger as 13 nascentes e suas áreas de preservação permanente (APPs) da região do Planalto da Bacia do Alto Paraguai (BAP) que já dão sinal vermelho devido a atividade da agricultura que não tem preservado a mata nativa e consequentemente as nascentes que compõem o bioma da maior planície alagável do planeta. A grosso modo podemos dizer que se não for feito um trabalho sério e imediato, voltado para a conservação das cabeceiras do rio Paraguai e outros afluentes, estes podem perder a navegabilidade como ocorreu com o Taquari, depois da grande enchente de 1974 quando fazendeiros e ribeirinhos que perderam suas terras devido ao assoreamento do rio vieram para a cidade ocupando morros, hoje consideradas áreas de risco devido ao perigo iminente de deslizamentos. Essas famílias provocaram o êxodo e engrossando a fileira da miséria construindo favelas às margens e encostas do rio Paraguai, porque não tiveram outra opção de vida, quando viram suas terras submersas.
Cabeceiras do alto Paraguai dão sinal vermelho
O assoreamento do Taquari é um dos maiores desastres ecológicos desta região e apesar de 30 anos de estudos para recuperação do leito, nada foi feito e agora surge outra preocupação para os poucos fazendeiros da região, “ os dejetos que vem das cabeceiras descem chegando nas águas do rio Paraguai, que daqui a dez anos pode perder a navegabilidade. Temos que desmistificar essa questão da dragagem no rio, pois ela é necessária” , disse Ângelo Rabelo ao Capital do Pantanal depois de anos de estudos e sobrevoos com imagens documentadas em satélite nas 13 nascentes que compõem os rios desta região, “ esses estudos começaram há cerca de cinco anos com objetivo de proteger a serra do amolar, a 2ª maior bacia da América do Sul. Foi aí que percebemos que as nascentes estavam ameaçadas pela expansão da agricultura (70% soja)” , disse explicando que os governos de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul terão que tomar medidas em conjunto para garantir a conservação das nascentes com projetos de lei que sirvam para ambos os estados, uma vez que as nascentes estão em propriedades particulares, “ o ministro do meio ambiente Jose Sarney Filho acompanhado pelo conservacionista e os governadores dos dois estados fizeram um sobrevoo na região afetada dia 21 deste mês de Outubro, “ e já conseguimos apoio do senador Pedro Chaves para elaboração do projeto (PLS 741)” .
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Para Rabelo o Taquari é o exemplo do que pode ocorrer com rio Paraguai se não for preservado, “ e pode acontecer num curto espaço de tempo, provocando impactos ambientais, e sociais irreparáveis” . Atualmente o IHP se uniu com várias organizações para unir esforços e com o auxílio da geotecnologia e levantamentos de campo estão diagnosticando a real situação dessas nascentes e APPs. A Plataforma Geopantanal (< www.geopantanal.agrotools.com.br >) já sistematiza e disponibiliza, em ambiente web, dados de satélites combinados com dados de campo (monitoramento ambiental e pesquisas) da região de abrangência do projeto. Os resultados obtidos vão orientar os esforços de mobilização de todos os setores para a proteção e conservação das nascentes e APPs do Pantanal. Para que esse projeto desse certo foi necessário apoio de vários parceiros como a TV Morena, o apoio estratégico da Marinha que cedeu três horas de voos no helicóptero e Agrotools com dez horas de voos fundamentais para elaborar do documentário com imagens em satélite, estudos com especialistas da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e Ibama