Menu
quinta, 25 de abril de 2024
Governo - Fazer Bem Feito - Abril 24
Andorinha - Novos Ônibus - Agosto 2023
Geral

Juiz acusado de fazer ‘balcão de negócios’ na Capital agia cobrando herdeiros

24 junho 2020 - 17h30Top Midia News

Enriquecimento rápido diante de um esquema criminoso dentro do ambiente judiciário.  Foi assim, que o juiz Aldo Ferreira Júnior, que foi afastado do cargo em novembro de 2018, conquistou milhões e trocou benefícios com mais três integrantes do esquema corrupto dentro da Vara de Sucessões, em Campo Grande, segundo investigações.

Ex-titular da Vara de Sucessões, ele é acusado de ter recebido R$ 429 mil pela “venda” de precatórios enquanto ocupou o cargo de auxiliar na vice-presidência do TJMS (Tribunal de Justiça de MS).

Conforme documentos do Ministério Público, entre 2014 e 2018, Aldo se associou ao condenado por tráfico de drogas, Jesus Silva Dias, ao empresário Pedro André Scaff Raffi e ao advogado Wilson Tavares de Lima para cometer crimes de corrupção passiva e ativa, falsidade ideológica, e lavagem de dinheiro.

Dinheiro e compra de sentenças

Segundo o MP, em 2014, Aldo e Wilson chegaram a falsificar documentos para que Jesus não fosse preso e ajudasse intermediando o esquema na Vara de Sucessões. O balcão de negócios ocorria quando um herdeiro iniciava processo de tramitação de inventário. Eles geralmente eram aliciados pelo juiz para dar dinheiro, propriedades ou gado em troca do benefício ao final do processo, diz a denúncia.

O documento cita, por exemplo, que o juiz chegou a receber 102 hectares em uma área rural de Campo Grande. Ele utilizou das terras para conseguir crédito de R$ 14 milhões.

Dentre os crimes, o juiz supostamente anexou documentos falsos para dar concessão hereditária de uma fazenda a denunciada. Recebeu valores variantes entre R$ 20 e R$ 800 mil para homologar vendas de uma fazenda, e dar prosseguimento a inventários.

Ainda conforme a denúncia, Aldo constantemente atrasava propositalmente o andamento dos processos. Com a lentidão em proferir decisões, logo pedia a herdeiros e inventariantes valores altos para interferir em processos [atrasados por ele mesmo] de inventário e dar vantagem.

Em certos processos, a esposa dele, a advogada Emmanuelle Alves Ferreira da Silva (presa em 2018 por golpe), atuou como representante de inventariantes, a mando do juiz. Ou seja, marido e mulher atuando em favor próprio no processo, e se beneficiando.

Associação criminosa

O esquema funcionava na seguinte maneira: Aldo fazia movimentações e transferências com empresas de Pedro Scaff (Raffi & Raffi Veículos LTDA ou Vetta Veículos e MPA Intermediações de Veículos e Serviços) e com a empresa do advogado Wilson (Tavares e Advogados Associados). Todos faziam depósitos de valores diferenciados entre si, e o negociador da propina era Jesus Silva, que atuava como um tesoureiro do grupo.

Testemunhas confirmaram que negociavam com Jesus sobre a “compra de sentenças” durante processos de inventários. O modus operandi do grupo era solicitar vantagem indevida de advogados, herdeiros e inventariantes em processos no local, em que Aldo era titular.

 

Descoberta do esquema

Segundo o MP, o esquema começou a ser descoberto quando o garagista Pedro Scaff se endividou com outro empresário. Scaff teria citado o nome do juiz como garantia de pagamentos em mensagens de texto. Por sua vez, Aldo passou vários cheques, muitos sem fundo, ao empresário, a fim de garantir que o “negócio da garagem” continuasse.  O Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado) fez as investigações do esquema milionário, em 2018.

 

Acusação

Conforme o TJ, a acusação foi divida em três fases: fatos relacionados a processos de inventários na Vara de Sucessões, em Campo Grande; fatos relacionados a processos de precatórios de requisição de pagamento que tramitavam junto a vice-presidência do TJMS; lavagem de dinheiro.

 

 

 

Deixe seu Comentário

Leia Também

Em Miranda
Homem é preso por pesca sem licença e uso de petrechos proibidos
Administração
Taxa de Atividade de Ambulante, Eventual e Feirante pode ser parcelada em 3 vezes
Flagrante
Brasileiro é preso com 4kg de Skunk em ônibus que seguia para Campo Grande
Pesquisa
Uma em dez famílias enfrenta insegurança alimentar moderada ou grave
Incentivo
Prefeito entrega uniformes escolares e esportivos para alunos da Rede Municipal de Ensino
No Cristo Redentor
Marido agressor morre em confronto com a Força Tática
Homem teria sacado arma para policiais que revidaram a ameaça com disparos
Na ALEMS
Projeto de Lei obriga planos de saúde justificarem negativa de cobertura
PF
Agendamento on-line para emissão de passaporte volta a funcionar
Terenos
Motociclista ultrapassa carreta e morre em colisão na BR 262
Meio Ambiente
Edital anuncia R$ 10 milhões para instituição atuar na preservação do Rio Taquari

Mais Lidas

Convênio
Riedel recebe novo comandante do 6º Distrito Naval de Ladário e renova parcerias com a Marinha
Esclarecimento
Ladário diz que advogada só recebe os 12 milhões se ganhar a causa
Estados Unidos
Em Nova Iorque, presidente do IHP fortalece a conservação do Pantanal como necessidade mundial
Meio Ambiente
Biomassa é o caminho para Mato Grosso do Sul evoluir rumo à transição energética