A pandemia mudou radicalmente a vida de todo mundo, e as crianças também não ficaram fora das consequências que o coronavírus trouxe para o ser humano. De acordo com a fonoaudióloga Katlin Miyasato Fogaça de Souza Ecco, o isolamento social que é uma das medidas adotadas para combater a propagação do vírus pode trazer alguns prejuízos no desenvolvimento da fala e linguagem das crianças que foram obrigadas a ficar em casa devido a pandemia.
“O isolamento social nos restringe em termos de comunicação, pois as crianças estão restritas ao convívio de outras crianças, ficando as interações sociais limitada. A fala e a comunicação se desenvolvem na interação com outro”, disse a fonoaudióloga ao Capital do Pantanal.
Mesmo com a reabertura das escolas muitos pais optaram por não mandar as crianças para a rotina escolar e as mantiveram em casa, alguns pais trabalhando home office e cuidando dos pequenos outros que precisaram a voltar a trabalhar presencialmente deixando aos cuidados de outros adultos.
Neste momento com as férias escolares e o aumento do número de casos de Covid-19, muitas crianças voltaram a ficar em casa na companhia de tablets, celulares e computadores para se distraírem, o que contribui a ficarem privadas da comunicação verbal.
A quarentena provocou grandes mudanças nos hábitos das crianças, pois além das escolas, parques, clubes, praças, áreas de lazer foram fechadas para evitar aglomerações.
“O brincar é muito importante para o desenvolvimento, não só a fala, mas os aspectos: motor, tátil, cinestésico, como por exemplo ir a parquinhos, brincar com areia, bolas ou bicicleta. Porém os espaços públicos ficaram fechados com a pandemia”, salientou Katlin.
A profissional ressaltou que como o desenvolvimento da fala se dá através da imitação, o convívio com outras crianças é muito importante para que esse processo ocorra normalmente. “Mas uma vez que esse convívio é restringido, se torna prejudicial podendo acarretar em atrasos, necessitando, por vezes, de intervenção fonoaudiológica”, reforçou.
Para a advogada Luísa de Freitas, mãe do pequeno Davi de 3 anos, o isolamento social prejudicou na fala do menino. “Desde os dois anos ele está na escolinha, e estava percebendo uma evolução não apenas na fala mas também na coordenação motora dele, mas como ano passado ele ficou meses sem o convívio da escola e contato com outras crianças percebi uma regressão na fala dele, deixou de falar algumas palavras que já conhecia, está muito quieto e passa mais tem com aparelhos eletrônicos”, afirmou.
Luísa disse que tem se desdobrado entre o trabalho e a atenção com o filho. “Estou de home office e tenho dividido o tempo com meus afazeres profissionais e atividades com meu filho. Tenho estimulado com ele brincadeiras com tinta, massinha, pintura, areia, leio histórias e recentemente até plantamos uma pequena hortinha aqui no apartamento”, contou.
A fonoaudióloga destaca que é primordial nos primeiros anos da criança, período em que estão desenvolvendo a fala, estimular os cincos sentidos, audição, visão, tato, olfato e paladar, que pode ser feito por meio de brincadeiras que exercitem as mãos, como miniaturas, brinquedos de montar, assim como contação de histórias, apresentar diferentes sabores de comida aos pequenos e estimular o olfato apresentando o cheiro de comidas e frutas.
A fonoaudióloga destacou que o uso da máscara também prejudicou a comunicação não verbal. “Pois é por meio da mímica facial que expressamos sentimentos de medo, felicidade, susto, raiva, dentre outros. Ela também abafa o som, limita a articulação das palavras e há uma dificuldade no processo de entendimento no que o outro que nos comunicar”, afirmou.

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