O Ambulatório de Distúrbios Vestibulares e do Equilíbrio, do HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul), está conduzindo um estudo clínico sobre nove casos de vestibulopatia bilateral devido à possível vestibulotoxicidade (danos causados por substância em estrutura ou função do equilíbrio corporal) por aminoglicosídeos (classe de antibióticos).
A coordenadora do ambulatório, Aline M. Kozoroski Kanashiro, explica que a síndrome causa um comprometimento funcional grave no paciente. "Começamos a atender pacientes com queixa de vertigem, e esses foram diagnosticados com vestibulopatia bilateral, que é uma condição na qual os dois labirintos são danificados".
Os pacientes em questão apresentam características semelhantes e por esse motivo são objetos do estudo. Aline Kanashiro acrescenta que a síndrome provoca uma redução significativa na qualidade de vida e aumenta o risco de quedas, já que os pacientes passam a ter tonturas, percepções errôneas do movimento e comprometimento do equilíbrio com muita dificuldade para andar.
A vestibulopatia bilateral associada ao uso de medicamentos é uma condição rara, com prevalência de apenas 3,64 casos por 100 mil habitantes, de acordo com estudos populacionais. O fato de que nove casos ocorreram em um único ambulatório especializado, em apenas um ano, levantou as preocupações.
Para dar continuidade ao estudo, a neurologista e chefe do Ambulatório de Vertigem do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), Cristiana Borges Pereira, disponibilizou-se para vir ao HRMS com um equipamento essencial para a condução dos exames de avaliação do labirinto, o vídeo-Head Impulse Test.
Esse teste, que realiza a medição computadorizada do reflexo vestíbulo-ocular, não está disponível no SUS, o que torna o acesso ao equipamento uma oportunidade crucial para a avaliação precisa dos pacientes.
Cristiana ressalta a importância desses exames, que podem contribuir para aprimorar ainda mais o tratamento dos pacientes.
"Esses exames são fundamentais para que possamos identificar o dano que esses pacientes apresentam. Vimos que alguns tiveram um dano considerável, e outros, menos, mas todos com algum grau de comprometimento. Isso será importante também para conscientizar os médicos que estão prescrevendo essa medicação. Em alguns casos, ela é indispensável, mas e naqueles em que existem alternativas? Será que não vale a pena tentarmos outros medicamentos para preservar a função do labirinto desses pacientes?", questionou.
A Marielle Alves Correa Esgalha, diretora-presidente do HRMS, destacou a importância da iniciativa. "O HRMS sempre buscou a excelência no cuidado com nossos pacientes, e este esforço, em parceria com a Cristiana e a equipe do Ambulatório de Distúrbios Vestibulares, reforça nosso compromisso em oferecer o melhor diagnóstico e tratamento. A saúde dos nossos pacientes está sempre em primeiro lugar", afirmou a diretora.
Esse estudo poderá fornecer respostas valiosas sobre vestibulopatias, além de contribuir para a melhoria das práticas clínicas e, consequentemente, do atendimento à população.
Receba as notícias no seu Whatsapp. Clique aqui para seguir o Canal do Capital do Pantanal.
Deixe seu Comentário
Leia Também

Ladário define diretrizes para o Carnaval 2025

Projeto para brigada ambiental no Pantanal fica de fora das Emendas Participativas

MEC divulga resultado do Fies 2025 nesta terça; serão 112 mil vagas no ano

Reunião com feirantes bolivianos discute trabalho nas feiras livres de Corumbá

Receita com exportações de industrializados registrou em janeiro melhor resultado da série histórica

Serviço emergencial na rede de abastecimento deixa centro de Corumbá sem água

Atendimento aos ribeirinhos é aliado especial de pesquisa sobre mudanças climáticas na saúde

Governo convoca todos os estudantes do cadastro de reserva do MS Supera

Acusado de roubo é preso e motocicleta é recuperada em Corumbá
