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Fiéis e devotos levam São João para banhar nas águas do Rio Paraguai

Nem mesmo a pandemia abalou os devotos que mantiveram a tradição do banho do santo

24 junho 2021 - 06h00Mariana Conte

Fiéis e devotos de São João foram até o Porto Geral de Corumbá banhar o santo nas águas do Rio Paraguai. Ritual tradicional e único da Cidade Branca onde os festeiros querem agradecer a São João por alguma graça recebida, seja em função de promessas, por devoção ou por simpatia em relação ao Santo. Algumas famílias perpetuam a tradição mesmo que a promessa tenha sido feita há muitos anos e que já tenha sido cumprida.

Festeiros de todas religiões e crenças mesmo com restrições e normas de biossegurança desceram a Ladeira Cunha e Cruz até a prainha do Porto e banharam suas imagens a beira do rio reforçando que o que une catolicismo, espiritismo, umbanda, candomblé e outras religiões é a fé no bem.

Cada família ou fiel como já é a tradição decorou seu Santo e o andor e montaram um altar nas suas casas. Alguns festeiros como de costume também passaram o dia preparando comidas típicas como o arroz carreteiro e sarrabulho para distribuir para amigos e familiares mas sem aglomeração.

A festeira Dona Lucia Alves foi com a família banhar o seu andor, tradição que já acontece há mais de 40 anos e iniciou com seus avós. “Nesse momento difícil que estamos vivendo pedimos na beira do Rio a São João que cure a humanidade dessa pandemia. Tenho certeza que com fé e devoção vamos superar tudo isso e seguirmos mais unidos”, ressaltou.

Família de Dona Lucia há mais de 40 anos tem esse ritual de banhar o santo e realizar os festejos Foto: Mariana Conte

Dona Eliana Ortiz também desceu a ladeira Cunha e Cruz e banhou o santo da família. “Essa tradição foi passando de geração em geração e vamos sempre dar continuidade, porque acreditamos no poder de São João. Minha mãe quebrou o joelho ano passado e não estava andando, eu passei a água do rio batizada pelo santo e ela se curou, devido também a devoção que temos”, contou, ela ainda completou “Por isso esse ano pedimos a ele no ato do banho a cura para essa doença que assola o mundo. Que São João derrame benção, força e saúde para todos. Mas o mais importante é sempre mantermos a união porque ela faz a força do homem”, reforçou.

Dona Eliana disse que a fé em São João curou sua mãe Foto: Mariana Conte

O andor de uma das festeiras mais antigas da cidade, Dona Maria Paula da Silva que leva a tradição desde 1948 e que faleceu este ano aos 84 anos, foi levado na noite deste 23 de junho pela filha Rosana Lídia da Silva Pereira que está dando continuidade à festa.

“Por várias décadas minha mãe realizou sem deixar esvair essa tradição, vinda dos seus avós cacerenses, então para mim é uma honra continuar com o festejo”, comentou. Lídia.

Ela também pediu esse ano para São João muita fé e união a todos os povos. “Estamos vivendo momentos muito difíceis com essa pandemia, mas acredito que a força da fé vai alavancar tudo isso. Que a cura dessa doença chegue logo”, enfatizou.

Este ano devido a pandemia do Coronavírus os devotos realizaram o Banho de São João no dia 23 entre às 5h e 21h de forma individual ou com no máximo cinco acompanhantes, em um período máximo de 15 minutos. Também ficou mantida a necessidade de uso obrigatório de máscaras faciais. O Acesso à Prainha do Porto foi controlado pelos agentes da Agência Municipal de Trânsito e Guarda Municipal, membros do GFI (Grupo de Fiscalização Intensiva) e servidores da Fundação da Cultura e do Patrimônio Histórico.

Neste dia 24 de junho festeiros e devotos também podem banhar o santo dentro do horário estipulado e com as normas de biossegurança vigentes no decreto.

O ato do banho de São João representa a passagem bíblica do batismo de Jesus feito por João Batista, e a data, dia 24 de junho, é uma homenagem ao seu aniversário. 

Dizem também que caso a pessoa queira casar ou firmar o casamento, basta passar por baixo de sete andores e terá sorte no amor.

O tradicional banho de São João de Corumbá foi reconhecido como Patrimônio Cultural do Brasil, no dia 19 de maio deste ano, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A decisão em esfera federal veio mais de 10 anos após a festa ser reconhecida como símbolo imaterial de Mato Grosso do Sul.

Descida do andor da Dona Lídia na Ladeira Cunha e Cruz Foto: Capital do Pantanal

 

Família de Dona Lídia manteve a tradição e ainda preparou um saboroso arroz carreteiro, comida típica para os festejos de São João Foto: Capital do Pantanal
Andores se encontram Foto: Capital do Pantanal

 

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