O cenário é a Serra do Amolar, majestosa morraria que circunda o Rio Paraguai no Pantanal de Corumbá, entre a fronteira com a Bolívia e a divisa do Estado com Mato Grosso. Um grupo formado pelo Instituto Homem Pantaneiro (IHP) iniciou, nesta terça-feira, uma expedição inédita para identificar e fazer o balizamento de uma trilha de 45 km pela serra, com o objetivo conservacionista e de atração dos amantes de natureza do Brasil e do exterior.
O projeto tem o apoio do especialista mundial em trilhas, o brasileiro Pedro Menezes, um dos organizadores da Rede Nacional de Trilhas de Longo Curso e Conectividade, criada pelo governo brasileiro em 2017. Morando atualmente no Equador, Menezes preparou a equipe do IHP para esse desafio e dará suporte à iniciativa técnico-científica, que será concluída neste fim de semana. O símbolo da trilha é uma pata de onça-pintada, animal recorrente na região.
Corredor de fauna
O sistema brasileiro de trilhas de longo curso foi inspirado nas experiências internacionais, em especial no sistema europeu. A medida tem o objetivo de reconhecer e proteger rotas pedestres de interesse natural, histórico e cultural, além de sensibilizar a sociedade para a importância do Sistema Nacional de Unidades de Conservação. A meta é estruturar 18 mil quilômetros em 20 anos, com estimativa de movimentar 2 milhões de pessoas por ano.
“Buscamos a valorização e o pertencimento de um sitio natural do patrimônio da humanidade, seguindo a regulamentação do ICMBio (Instituto Chico Mendes), proporcionando recreação, turismo, geração de empregos”, afirma Ângelo Rabelo, coordenador do projeto. “Outro aspecto não menos importante é a consolidação de um corredor de fauna, que tem mais de 100 quilômetros e se constitui em um dos grandes tesouros do Amolar”, completa.

Contemplar o ambiente
A travessia da Serra do Amolar reserva grandes emoções pela beleza de um lugar inalterado, com um dos maiores percentuais de biodiversidade do bioma, segundo estudos. A primeira trilha de longa distância na região se estenderá entre duas reservas que integram o seu corredor ecológico: a Novos Dourados, ao sul, e a Acurizal, ao norte, em uma linha praticamente reta, entre desfiladeiros, cachoeiras e uma visão imperdível da planície pantaneira.
A expedição é coordenada por Ângelo Rabelo, com a participação do médico-veterinário Diego Viana, que coordena o Projeto Felinos do IHP; André Zumak, geógrafo; Thainan Bornato, gestora ambiental e voluntária; e Adriano Kirchner e Otávio Henrique, guias locais. “Nosso objetivo é aumentar o conhecimento do Amolar, de cujo território o IHP é o gestor, e implementar a trilha com a identificação da fauna e flora”, diz Diego Viana.
Para o geólogo André Zumak, que mora em Manaus, a expectativa da expedição é a melhor possível, desbravando o desconhecido para mostrar ao mundo um dos lugares mais mágicos para se conhecer e se aventurar. “É uma trilha única, onde você vivencia, da morraria, uma das paisagens mais lindas e conservadas do mundo”. Com a expedição, o guia pantaneiro Otávio Henrique realiza um sonho: fazer a releitura de um lugar vivenciado pelos seus antepassados.
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