O grupo radical Estado Islâmico (EI) reivindicou o massacre em Nice, no sul da França, informou neste sábado (16) a agência Amaq, ligada ao grupo jihadista.
"O autor da operação é um soldado do Estado Islâmico. Executou a operação em resposta aos chamados para atacar cidadãos dos países da coalizão internacional que lutam contra o EI no Iraque e na Síria", afirmou a Amaq.
O ataque em Nice foi feito por um motorista que avançou com um caminhão entre as pessoas que estavam à beira-mar, festejando a queda da Bastilha na quinta-feira (14), deixando 84 mortos e 200 feridos.
O motorista, identificado como Mohamed Lahouaiej-Bouhlel, de 31 anos, um tunisiano residente em Nice, foi morto pela polícia.
No dia 21 de maio, o porta-voz do EI, Mohammad al Adnani, conclamou seus seguidores a realizar mais atentados no Ocidente, especialmente na Europa e Estados Unidos, por causa do mês sagrado do Ramadã, que terminou no último dia 5 de julho.
Em mensagem carregada de ódio, cuja veracidade não foi ser confirmada, al Adnani afirmou que "atacar aos chamados civis é o melhor e mais útil".
No discurso de 31 minutos de duração, divulgado pelas das redes sociais, o porta-voz do EI pediu para seus simpatizantes que qualquer ataque, por menor que seja, na casa do inimigo, é melhor que um grande nos territórios que controlam.
Para a Promotoria francesa, o atentado em Nice encaixa no tipo de ameaça do EI, que pediu em janeiro para usar balas, facas ou "carros" para matar os infiéis.
Prisões
A polícia francesa prendeu neste sábado três pessoas em Nice como parte da investigação aberta sobre o atentado, subindo para cinco o número de detidos.
Primeiro-ministro
O primeiro-ministro da França, Manuel Valls, disse na sexta (15) que o autor do atentado em Nice "sem dúvida tem ligações com o islamismo radical". Ele falou sobre o assunto durante participação em um jornal do canal de TV France 2.
O primeiro-ministro disse que a França irá ganhar a guerra contra o terrorismo, mas admitiu temer que "novas réplicas aconteçam". "Os terroristas procuram nos dividir", prosseguiu, criticando políticos que "não estão à altura do momento", sem deixar claro a quem se referia.
Valls também voltou a dizer que não houve falha de segurança e destacou que "15 planos de atentados foram frustrados nos últimos três anos, incluindo um particularmente importante na primavera".
Ele assegurou que a coalizão internacional que combate o EI será reforçada, promessa feita na quinta pelo presidente François Hollande em seu pronunciamento na TV.
Segundo Valls, na próxima semana haverá uma reunião "muito importante" em Washington, nos EUA, da qual participará o ministro francês da Defesa, Jean-Yves Le Drian. "Vamos reforçar a capacidade da coalizão", afirmou.