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Corumbá é a mais nova rota para haitianos

17 julho 2018 - 14h12José Carlos Cataldi e Sylma Lima
Haitianos que não encontraram abrigo dormem na rodoviária. Foto: Sylma Lima

Corumbá pode se transformar na mais nova rota de ingresso de Haitianos no Brasil. A partir da entrada de uma leva de mil e 300 migrantes, de uma única vez; grupo que em parte ainda se aloja na acanhada rodoviária da Cidade, outros grupamentos vão chegando diariamente, cruzando de Puerto Quijarro, passando sobre o Arroio Concepción.

A informação mais recente dá conta que são refugiados que estavam no Chile, mas, diante da mudança da política do presidente Sebastián Piñera, não encontrando trabalho e passando fome e frio naquele país, buscam destino no Brasil, onde muitos têm até famílias que já regularizaram a situação como refugiados, graças a uma decisão em ação civil pública de 2015, quando passaram a ser reconhecidos nessa situação.

Sonho de sucesso também remonta ao tratamento que tiveram do Exército Brasileiro, durante os 13 anos da Minustah (Mission des Nations pour La Stabilisation em Haiti). Inclusive, parte do equipamento utilizado e vindo de lá, ainda está em Pindamonhangaba, São Paulo, no Quartel da 12ª Companhia de Engenharia de Combate Leve, sob a guarda do Comandante da Guarnição Federal, Coronel Luiz Cláudio Brion que recepcionou e falou com exclusividade ao ‘Capital do Pantanal’, permitindo inclusive fotos. Outra parte já seguiu para outra missão da ONU, de muito maior risco, na República Centro Africana.

Equipamentos usados na missão de paz do Haiti quando chegaram a Pindamonhangaba na base do Exército. (SP. Foto: Sylma Lima

Militares brasileiros, que voltaram recentemente do Haití, relataram ao ‘Capital do Pantanal’ que a situação no país ainda é muito difícil. Há constantes revoltas internas. Confrontos entre as 40 etnias que convivem de forma beligerante no país. Esse talvez seja outro motivo para a fuga em massa verificada agora.

Sábado passado, o primeiro ministro Jack Guy Lafontant renunciou após intensas manifestações populares, por causa de aumento de 50% que determinou aos combustíveis, tendo a Câmara dos Deputados retirado a confiança que havia concedido ao premiê.

Se no Haiti a situação é aflitiva, em Corumbá, a subsistência dos migrantes vai se agravando. Não há mais chances de albergamento nas instituições religiosas. Quem ainda vem com algum dinheiro fica em pousadas. Outros permanecem no Terminal Rodoviário onde há apenas um banheiro. Os que estão doentes disputam vagas com a população local, entre corumbaenses, ladarenses e bolivianos de fronteira, no único hospital geral da região, a Beneficência Corumbaense da época do avanço da coluna de Luiz Carlos Prestes, em seus movimentos finais.

A Polícia Federal que só tinha condições de atender e regularizar a situação de dez migrantes por dia, num esforço de compaixão, agora está atendendo a 20, com chance de procurar emprego em São Paulo, Santa Catarina e Paraná, sobretudo na construção civil. Mas, nem todos trazem a documentação mínima exigida, ou seja, passaporte e certidão de nascimento ou casamento, visada pela autoridade haitiana e com tradução juramentada. Correm o risco de banimento após 60 dias.

A ajuda do governo brasileiro não existe. Migrantes ainda contam com a solidariedade dos corumbaenses, como a titular da Esmalteria Nacional que serviu aos que estão na rodoviária, lanches e refrigerantes.

Rota que era pelo Acre, agora tem por alvo Corumbá. A OAB atua no processo e aguarda resultado da intervenção do Deputado Fábio Ricardo Trade (PSD-MS) que acessou o Itamaraty, mas até agora sem sucesso.

Igrejas cedem alojamentos e alimentação para grupos de até 40 pessoas. Foto: Sylma Lima

 

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