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Brigadistas atuam para recuperar áreas atingidas pelo fogo na Serra do Amolar

09 dezembro 2024 - 13h38Gesiane S. Lourenço

Com o retono de chuvas neste mês de dezembro de 2024, a Brigada Alto Pantanal, programa permanente mantido pelo IHP (Instituto Homem Pantaneiro), estão auxiliando pesquisadores na avaliação do impacto causado por incêndios na biodiversidade da Serra do Amolar. O grupo também realiza a manutenção em viveiro de mudas instalado na Reserva Particular de Patrimônio Natural (RPPN) Acurizal, que será utilizado para contribuir na recuperação do território.

Em outubro, os incêndios tiveram graves consequências na região da Serra do Amolar, uma das áreas mais conservadas e de maior riqueza de biodiversidade do Pantanal, e avançou por áreas do Patrimônio Natural da Humanidade. Após registro de rajadas de vento de 60 km/h, umidade do ar abaixo dos 20% e temperatura acima dos 40º C, uma linha de fogo de 11 km de extensão alcançou área de recuperação e passou por onde tinham sido plantadas 25 mil mudas. Além da Brigada Alto Pantanal, tentavam conter essas chamas o Prevfogo/Ibama. 

O chefe da brigada, Manoel Garcia, explica que esse trabalho de monitoramento e manutenção teve início no começo de dezembro e envolve uma série de atividades, com deslocamentos de mais de 10 km a pé. “Fomos realizar uma primeira avaliação de onde o fogo passou e tínhamos plantado 25 mil mudas. Em 2020, essa região foi completamente atingida pelo fogo. Conseguimos evitar essa situação em 2021, 2022 e 2023. Infelizmente, neste ano a gente viu uma situação extrema de vento, calor e o fogo conseguiu avançar. Felizmente, o viveiro ficou resguardado. Agora é acompanhar as análises para poder dar início a um novo replantio para recuperar a região.”

A assistente técnica no IHP, responsável pelo viveiro, é Cristiane Brigitte dos Santos. Ela atua diariamente na manutenção do local, que está com cerca de 7 mil mudas de diferentes tamanhos e espécies como aroeiras (Astronium urundeuva), jacarandás (Jacaranda cuspidifolia), piúvas (Tabebuia heptaphylla), entre outras, e também atua nas áreas de recuperação.

“Fizemos uma avaliação visual da área atingida pelo fogo. Houve plantas que foram muito atingidas, outras pudemos notar que podem rebrotar. Foi uma análise mais superficial agora. Ainda temos a questão do solo para avaliar e o grau de veridicidade do fogo nele. Em alguns casos, a situação do solo deixada pelo fogo dificulta a absorção da água da chuva e isso é um desafio para superarmos. A gente encontrou mudas que se tornaram apenas brasa. Estamos fazendo manutenção no viveiro, que está bem resguardado, para poder garantir a sobrevivência dessas mudas e em breve poder usá-las na recuperação do território”, detalhou Cristiane.

Desde o começo do mês, os brigadistas ambientais estão realizando técnicas de plantio e manejo para garantir melhores condições de sobrevivência das mudas que serão utilizadas em região atingida pelos incêndios florestais. É preciso avaliar as mudas que podem ser retiradas de tubetes para irem ao solo, bem como preparação da terra para plantio. Os procedimentos para recuperação estão no início e ainda vão prosseguir por dezembro e janeiro de 2025.

Brigadistas percorrem a região para monitorar a fauna local. Foto: Divulgação/IHP

Nesse trabalho de preparação da região para as atividades de recuperação, a brigada ambiental também verifica se há registro de fauna. Nesse monitoramento, por exemplo, médicos-veterinários e biólogos do IHP também participam com instalação de armadilhas fotográficas e sistema de bioacústica para registrar a presença de animais selvagens. Em uma das visitas ao local a ser recuperado, os brigadistas localizaram no caminho um jabuti, que estava com boa saúde.

A brigada permanente do IHP é mantida a partir de parcerias com V.Bio, Celeo, ISA ENERGIA BRASIL, FUNBIO, ADM – líder em comercialização de grãos, insumos, nutrição humana e animal – por meio do programa ADM Cares., Instituto PHI, Wetlands International Brasil, Fundação Grupo Boticário e doações de pessoas físicas.

Sobre o Instituto Homem Pantaneiro

O Instituto Homem Pantaneiro (IHP) é uma organização da sociedade civil, sem fins lucrativos. Fundado em 2002, em Corumbá (MS), atua na conservação e preservação do bioma Pantanal e da cultura local.
Entre as atividades desenvolvidas pela instituição destacam-se a gestão de áreas protegidas, o desenvolvimento e apoio a pesquisas científicas e a promoção de diálogo entre os atores com interesse na área.

Os programas que o Instituto atua são Rede Amolar, Cabeceiras do Pantanal, Amolar Experience, Felinos Pantaneiros, Memorial do Homem Pantaneiro, Brigada Alto Pantanal e Estratégias para Conservação da Natureza. Saiba mais em https://institutohomempantaneiro.org.br/. O IHP também integra o Observatório Pantanal. *Com informações do IHP

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