"Quando o fogo vem é desespero. Quanto mais o vento assopra, mais o fogo vai adiante. E aqui venta muito. Eu vi que os bombeiros estavam com dificuldade de chegar e fui fazendo o que podia, mas não dei conta de apagar. Foi quando chegou na parte mais difícil que os bombeiros conseguiram chegar e apagaram. Os bombeiros são anjos".
A fala acima, em tom emocionado, é do aposentado Antônio Donizete Matos, de 66 anos, salvo pelo Corpo de Bombeiros nesta sexta-feira (21) em Corumbá, e retrata um pouco da luta diária e contínua dos militares destacados para combater os incêndios florestais no Pantanal.
Matos mora na região conhecida como Bracinho, que foi atingida pelo fogo. Localizada às margens do rio Paraguai, no lado contrário da cidade, ela também tem percalços no acesso, apesar de ser próxima a área urbana. O trabalho ali contou com duas equipes, uma por terra e outra pelo rio, visando extinguir o fogo e acabar com a fumaça que vai para a cidade.
"Em comparação com outras áreas o acesso é relativamente mais fácil no Bracinho. Chegamos lá com embarcações e caminhonete, contudo em outras áreas esse deslocamento é extremamente difícil", frisa a diretora de Proteção Ambiental do Corpo de Bombeiros, a tenente-coronel Tatiane Inoue, que está no Pantanal participando dos combates ao fogo.
Apesar das dificuldades, o trabalho dos Bombeiros prossegue no Pantanal. Além do Bracinho, há guarnições em combate próximo à Estrada Parque e outra na região da Maracangalha, fora as que estão a quatro dias no Abobral - onde os focos estão isolados. Também houve combate de focos na Nhecolândia e na cabeceira da ponte sobre o rio Paraguai, na BR-267.

Na região do Barranco Branco (Porto Murtinho) e do Forte Coimbra, é realizado atualmente monitoramento por satélite e de equipes por terra, pois são áreas com alerta de flamabilidade alto. "O Pantanal, mesmo para quem conhece, é um terreno bastante complicado. E ainda temos o agravante da situação de combate aos incêndios", comenta Tatiane Inoue.
A Operação Pantanal 2024 completou 81 dias nesta sexta-feira (21), atuando em uma área vasta e com pouco acesso. As condições atmosféricas críticas e extremas, que devem se agravar ainda mais ao longo da temporada de seca, dificultam as ações de combate no bioma.
Corumbá está sem registro de chuvas há 71 dias. A última precipitação no município - de acordo com dados do Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima) - foi no dia 11 de abril. A chuva foi de 27,8 milímetros. Já em 16 de abril houve registro de apenas 7,4 milímetros. Desde então não ocorreu chuvas em toda a região, incluindo Nhumirim (Nhecolândia).
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