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Bolivianos cruzam a fronteira a pé para não morrer de Covid-19

16 julho 2020 - 11h52Gesiane Sousa

A travessia clandestina de bolivianos para Corumbá representa para os infectados por Covid-19, a chance de sobreviver. Como ocorreu com o Sr. Eucébio Mamane, que atravessou a fronteira com febre, a pé por meio de trilha, para buscar atendimento médico na Santa Casa de Corumbá. Com sintomas já avançados, ele foi internado e já está há 26 dias no hospital, sendo 18 dias entubado, com uso de ventilação mecânica.

Segundo relato do médico diretor da Santa Casa, Dr. Manoel João, o paciente que afirma ser morador de Corumb, mas na ocasião estava na Bolívia, foi “traqueostomizado dias após a entubação, e o tubo do respirador precisou ser trocado por três vezes”. A luta do Sr. Eucébio pela vida ainda inclui uma parada respiratória, que conseguiu ser revertida pela equipe médica da Santa Casa, e nesta quarta-feira (15), o paciente foi tirado da ventilação mecânica. “Foi a primeira vez que ele falou, após 20 dias. Disse que pensou estar em São Paulo”, relatou o Dr. Manoel João.

Em vídeo postado na rede social do Dr. Manoel João, à pedido do próprio paciente, ele agradece a toda equipe médica pelos cuidados e também a empresa Vale Mineradora, já que o leito onde está internado foi oriundo de recursos destinados pela empresa ao município para o enfrentamento da pandemia. O vídeo já atingiu mais de 11 mil visualizações no Facebook 

Comovido com os “irmãos” bolivianos, que vivem situação de dificuldade no atendimento médico hospitalar na Bolívia, Dr. Manoel João, afirma mais uma vez, que a “questão é de humanidade, não recuso atendimento a ninguém que nos procure, independente de serem brasileiros ou não”. O médico agradeceu a toda a equipe e incentivou que as vitórias sejam comemoradas, para que as derrotas não os desanimem.

A chegada de bolivianos no Hospital de Corumbá está cada vez mais frequente, segundo o médico, um novo paciente boliviano, que também atravessou a fronteira a pé pela trilha, com a ajuda de um amigo, deu entrada no CTI (Centro de Tratamento Intensivo) na tarde de ontem. “Ele chegou a mentir o nome com medo de não ser atendido, não tinha nem documentos, agora está internado e sob cuidados permanentes”.

Prefeitura entregou esta semana o Centro de Trigem de Doenças Respiratórias. Foto: Clóvis Neto/PMC

Estrutura Hospitalar Melhorada

A estrutura médica de Corumbá teve a capacidade melhorada pelo município, que segundo prestação de contas apresentada recentemente, já aplicou mais de R$ 10 milhões do montante de R$ 11.425.707,03 milhões enviados pelos Governos Federal e Estadual, emendas de bancadas parlamentares e doações de instituições.

Doações Importantes

Além das doações em dinheiro, Corumbá que hoje conta com 22 leitos de CTI, sendo 12 exclusivos para internados por Covid-19 e 25 leitos no setor B2, entregue à população esta semana, também recebeu importantes doações de equipamentos doados pela Vale Mineradora. Entre os meses de março e junho, o Hospital de Corumbá recebeu grandes doações da Vale, como: 8,4 mil kits de testes rápidos; 1,7 milhão de EPI’s e termômetros digitais. A doação é uma contrapartida social de grande importância para a cidade, onde a Vale atua por mais de 40 anos com responsabilidade social e ambiental.

Doações da Vale tem ajudado Corumbá a combater a Covid-19 na cidade. Foto: Divulgação

Em recente declaração institucional, a Vale ressaltou que “está comprometida com o momento desafiador para todos. Como parte das comunidades onde está inserida e ciente da sua responsabilidade, a empresa tem contribuído significativamente com o Poder Público e outras entidades no combate ao Coronavírus. Temos a preocupação genuína de fazer tudo o que puder ser feito para mitigar os efeitos dessa pandemia na Vale e em Corumbá e Ladário”.

Exército tem reaizado operações para impedir o acesso clandestino à cidade. Foto: Divulgação

Proteção das fronteiras

Apesar da relevância humanitária que o socorro à bolivianos representa, o município de Corumbá precisa defender suas fronteiras para a evitar a entrada desenfreada de cidadãos de outras nacionalidades. As fronteiras estão fechadas por decreto federal desde o final do mês de março, com o objetivo de diminuir o risco de disseminação do vírus e impedir o inchaço do sistema de saúde das regiões.

Apesar do decreto e do esforço das autoridades nacionais, a travessia clandestina é uma realidade difícil de ser derrotada em Corumbá. A dificuldade está nas características territoriais e na grande extensão da linha de fronteira. Mesmo assim, operações do Exercito já encaminharam 181 estrangeiros para deportação, até o dia 5 de julho.

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