Dois consórcios compostos por empresas brasileiras e paraguaias disputam a licitação para a construção da ponte sobre o Rio Paraguai, que ligará os municípios Porto Murtinho e Carmelo Peralta
Considerado o principal projeto para efetivar a Rota Bioceânica, a ponte sobre o Rio Paraguai, terá um investimento previsto de US$ 97,7 milhões e será financiado pela Usina Hidrelétrica de Itaipu.
O consórcio Paraguai-Brasil, composto pelas empresas Tecnoedill Constructora S.A, Cidade Ltda e Paulitec Construções, propõe-se a construir a ponte pelo custo de US$ 89.787.010, deságio de 8,14% em relação ao valor orçado (U$ 97.743.517).
Enquanto o consórcio Puente Bioceánico, integrado pelas empresas Ocho A AS e a Construtora Queiroz Galvão SA apresentou a proposta de U$ 92.847.527, redução de 5,01% do valor orçado.
De acordo com o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), Jaime Verruck, a Rota Bioceânica é muito aguardada porque deve impulsionar o desenvolvimento dos quatro países envolvidos, sendo eles: Brasil, Paraguai, Argentina e Chile.
“É um passo importante, sinaliza com o início da construção ainda no segundo semestre e está mantida a previsão de concluir a ponte em três anos, facilitando o incremento do comércio interno e das exportações via Oceano Pacífico para a Ásia e Estados Unidos”, destacou.
Verruck acredita que na próxima semana já seja divulgado o nome do vencedor da licitação, para que os procedimentos de início das obras sejam tomados.
Calculada para suportar grande tráfego de caminhões bitrens, a estrutura terá duas pistas de rolagem de veículos de passeio e caminhões, com 12,5 m de largura, além de duas passagens nas laterais, com 2,5 m cada, para o trânsito de pedestres e ciclistas.
A ponte terá extensão de 1.300 metros, com um vão de 360 metros sobre o rio e uma altura de 22 metros e vai interligar Mato Grosso do Sul aos portos chilenos e poderá encurtar a distância para a exportação de produtos para a Ásia e principalmente para a China.
Suspensão
Em abril, o presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, anunciou a suspensão da licitação da ponte que será construída em Carmelo Peralta.
O adiamento ocorreu para que o dinheiro – cerca de US$ 30 milhões –, que estava sendo usado para a construção da ponte, fosse redirecionado à compra de remédios e insumos em função da crise de saúde instaurada por conta da pandemia da Covid-19.
O presidente alegou que o dinheiro era de extrema necessidade, visto que o país está passando por um de seus piores momentos da pandemia.
A suspensão do processo licitatório surpreendeu o governo de Mato Grosso do Sul, que por conta disso acionou o Ministério das Relações Interiores para a publicação de um novo cronograma.
Levantamento realizado pela Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul (Fiems) aponta que o Corredor Bioceânico terá potencial para movimentar US$ 1,5 bilhão por ano em exportações de carnes, açúcar, farelo de soja e couros para os outros países por onde passará.
A expectativa é de que, concluindo o processo licitatório até o fim do ano, a obra seja entregue até julho de 2024.