O Governo do Brasil lançou durante a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), em Belém (PA), o Empreender Clima, plataforma inédita criada para apoiar micro e pequenos empreendedores na transição para uma economia verde e de baixo carbono. A ferramenta digital reúne informações, conteúdos de capacitação e condições facilitadas de crédito verde com juros reduzidos, impulsionando o empreendedorismo climático no Brasil.
O Empreender Clima chega como uma entrega concreta de crédito acessível: para os pequenos negócios, as taxas começam em 4,4% ao ano, com financiamento de até 100% para projetos sustentáveis. Pela plataforma, o empreendedor cria o perfil do negócio, acessa cursos e conteúdos personalizados e gera, em menos de dez minutos e sem custos, um pré-enquadramento no Fundo Clima, principal mecanismo federal de financiamento climático.
"Durante muito tempo, o crédito verde foi uma promessa distante da realidade dos pequenos. Agora, o governo criou uma alternativa com juros acessíveis e prazos reais de pagamento. É o pequeno empreendedor no centro da transição ecológica — com crédito barato, capacitação e tecnologia a favor do seu negócio”, diz Márcio França, ministro do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte.
Para o ministro Márcio França (Empreendedorismo, Microempresa e Empresa de Pequeno Porte - Memp), a iniciativa marca uma nova etapa da política de crédito produtivo no país. “Durante muito tempo, o crédito verde foi uma promessa distante da realidade dos pequenos. Agora, mesmo com a Selic alta, o governo criou uma alternativa com juros acessíveis e prazos reais de pagamento. É o pequeno empreendedor no centro da transição ecológica — com crédito barato, capacitação e tecnologia a favor do seu negócio”, afirmou.
Condições flexíveis
Os financiamentos do Fundo Clima oferecem prazos longos e condições flexíveis, variando conforme o tipo de projeto. Iniciativas de transporte coletivo e mobilidade verde podem ter até 25 anos de prazo, com carência de até 5 anos. Projetos de florestas nativas e recursos hídricos chegam ao mesmo prazo, com até 8 anos de carência.
O Empreender Clima é uma parceria entre o Memp, a Organização de Estados Ibero-Americanos (OEI), o Sebrae e o BNDES, que se unem para ampliar o acesso ao crédito climático, fortalecer a capacitação e difundir tecnologias sustentáveis.
Prazos
Nas setores de transição energética e indústria verde, os prazos variam conforme o foco da iniciativa. Projetos de energia eólica podem chegar a 24 anos, com 6 anos de carência. Outras ações de transição energética têm prazos de até 16 anos, com carência de até 6 anos. Já projetos de desenvolvimento urbano resiliente e sustentável contam com até 16 anos e 5 anos de carência. As condições ampliadas dão fôlego para que empreendedores e gestores públicos invistam em soluções sustentáveis e aumentem a competitividade no país.
Acesso
O chefe da Assessoria Especial do Memp, Renato Ferreira, explicou que iniciativas como coleta seletiva e gestão de resíduos, projetos ligados a florestas e uso sustentável do solo, ações de preservação da biodiversidade, soluções para cidades resilientes ou investimentos em energia limpa já eram financiáveis pelo Fundo Clima. Na prática, porém, muitos pequenos empreendedores esbarravam em barreiras técnicas para estruturar seus projetos e atender às exigências de apresentação — justamente o tipo de obstáculo que o Empreender Clima foi criado para superar.
“O que a plataforma traz de novidade é facilitar o acesso para o pequeno empreendedor, porque na prática o pequeno sabia que podia acessar o Fundo Clima, mas se deparava com a dificuldade de não ter um projeto bem montado e não ter recursos para contratar uma consultoria, como as grandes empresas fazem”, detalhou. “A plataforma é uma grande vantagem para o empreendedor, que pode acessar um financiamento muito barato em relação ao que o pequeno empreendedor tem disponível no Brasil”, explicou Peres.
Ambiente digital
Empreender Clima reúne, em um único ambiente digital:
- Cursos de formação em empreendedorismo climático
- Mapa do ecossistema de negócios verdes no Brasil
- Catálogo de instrumentos financeiros
- Serviço de pré-enquadramento no Fundo Clima
A plataforma contempla oito setores estratégicos, como energia, agricultura, logística, construção civil e gestão de resíduos, estruturados em quatro etapas: mapeamento de oportunidades, capacitação em tecnologias limpas, conexão a instrumentos de crédito verde e apoio técnico a projetos financiáveis.
Com a ferramenta, micro e pequenos empresários poderão criar seus pré-projetos nos moldes exigidos pelo Fundo Clima, sem custos e de maneira rápida. O objetivo é reduzir barreiras históricas e garantir que o crédito climático não fique restrito a grandes corporações, mas alcance a base produtiva que move o país.
Receba as notícias no seu Whatsapp. Clique aqui para seguir o Canal do Capital do Pantanal.
Deixe seu Comentário
Leia Também

Após adiamentos, Banco Central desiste de regular Pix Parcelado

Saques na poupança superam depósitos em R$ 2,85 bilhões em novembro

MS terá novo porto multifuncional para expansão de ligações comerciais

Governo de MS paga por floresta preservada e impulsiona novo ciclo à economia

FCO aprova R$ 3,1 bilhões para 2026 e impulsiona desenvolvimento do MS

Mais de 8,6 milhões deixam pobreza; Brasil tem melhor nível desde 2012
Ladário redefine regras e prazos para renovar isenção anual de IPTU
Novas normas detalham documentos, análises e renovação obrigatória para manter o benefício fiscal

Aposta online e jogo de azar custam R$ 38,8 bi ao país, mostra estudo

Servidores do Estado receberão segunda parcela do 13º em 10 de dezembro


A plataforma Empreender Clima foi lançada pelo governo federal na COP 30. (Foto: EmpreenderClima.org.br)

