Xícara e caneca que fazem referência as aves do Pantanal foram feitas para representar as belezas de Mato Grosso do Sul por meio do artesanato. (Foto: Divulgação)Uma plataforma de referência nacional para empreendedores com produtos pantaneiros surgiu no mercado em setembro de 2022 a partir de iniciativa do Sebrae/MS. Ao longo de pouco mais de dois anos de existência, houve um crescimento exponencial desse marketplace, saindo de 11 empresas para, agora em fevereiro de 2025, contar com mais de 200 negócios cadastrados que valorizaram produtos ou insumos do Pantanal.
O Made in Pantanal funciona como um registro de procedência para os empreendedores agregarem valor aos seus produtos. Com o sistema on-line de vitrine para vendas, ele também impulsiona o que esses negócios mais sabem fazer: promover o território pantaneiro, suas belezas e suas riquezas. As pesquisas podem ser por produtos, experiências, eventos e feiras. São oportunidades de encontrar itens exclusivos oferecidos por empreendedores de 19 cidades e outros 3 distritos de Mato Grosso do Sul.
A analista-técnica do Sebrae/MS, Katia Muller, observa que o Made in Pantanal tem apoiado os empresários a aumentarem a presença digital, ofertando um espaço voltado a gerar novos negócios dentro e fora de Mato Grosso do Sul. “Notamos que muitos empreendedores ainda não têm uma presença digital consolidada e ele só fica comercializando no seu entorno. Com a plataforma, há a oportunidade de ter mais visibilidade, os negócios ganham um espaço personalizado. Eles também ganham um selo, que é o Made in Pantanal, reconhecido pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), e isso fica à vista nos produtos para agregar valor”, explica Katia.
Além do suporte para acessar novos mercados, as empresas também são acompanhadas pelo projeto com uma trilha de capacitação que envolve temáticas como vendas, finanças, planejamento e mercado digital. “Ajudamos os empreendedores a se desenvolverem e melhorarem o negócio para que possam crescer e ampliar as vendas. Mais do que levar conhecimento, também estimulamos o networking e a troca de experiências entre eles, e viabilizamos a participação em feiras estaduais, o que no último ano, promoveu um acréscimo médio superior a 20% na renda desses empresários”, destacou a analista-técnica do Sebrae/MS.
A utilização de geleias genuinamente sul-mato-grossenses faz parte das experiências de enoturismo na Vinícula Terroir Pantanal. Foto: Camisão/Distrito de AquidauanaVitrine para produtos inovadores
A chef gastronômica Indiara Múcio vem trabalhando para desenvolver diferentes produtos genuinamente pantaneiros e sul-mato-grossenses. Em um de seus dias de laboratório na cozinha, ela chegou à geleia de tereré. Foi com o selo Made in Pantanal e o marketplace que ela conseguiu apresentar para o público o produto surpreendente que havia elaborado.
“A responsabilidade de ter nossos produtos com o selo Made In Pantanal veio ao encontro com a identidade que buscávamos para minhas criações. A utilização de geleias nas experiências de enoturismo da Vinícola Terroir Pantanal (Camisão, distrito de Aquidauana) acelerou o processo criativo em desenvolver algo genuinamente sul-mato-grossense. Quero contar um pouco de nossos hábitos e assim nasceu a geleia de tereré”, detalhou a empreendedora, que oferece seu produto na plataforma.
A empresa dela, Genuíno 67, entrou para o marketplace em 2024 e conseguiu demonstrar uma experiencia gastronômica para os mercados do Piauí, Espírito Santo, Bahia, Tocantins, além de Chile e Paraguai. “O que a plataforma me ajudou foi na divulgação e mostrar um produto que vai além da simples geleia. A geleia de tereré, por exemplo, harmoniza com carnes gordurosas e limpa a papila gustativa, surpreendendo muito. Consegui uma valorização dos meus produtos, que no total são 29”, destaca Indiara.
Já em 2020, Queila Cruz e o marido, Luciano Souza, discutiram a criação de peças que fossem únicas e trouxessem belezas de Mato Grosso do Sul. Os artesãos chegaram a uma xícara e caneca que quase voam, tamanha a delicadeza e semelhança que conseguiram transplantar das araras para o material que utilizam para moldar os produtos. Eles buscaram diferentes feiras para emplacar suas peças e em um desses eventos tiveram contato com o Made In Pantanal.
“Ficamos muito entusiasmados. Fomos presenteados com um texto lindo, falando de nosso trabalho, e desde então temos espalhado nossas Araras por várias cidades e estados. A princípio, divulgamos as Araras Vermelhas na plataforma Made in Pantanal. Agora, já acrescentamos as outras cores. As campeãs de vendas são as Canindé. Além das canecas Araras, temos as esculturas de Capivaras, que vendem muito bem, graças a Deus”, comemora Queila, que administra o Coité Arte Cerâmica.
Nessa construção do marketplace pantaneiro envolvendo centenas de negócios em mais de uma dezena de cidades, quem integrou o sistema fez planos ousados para 2025. “Estamos no Concurso de Melhor Geleia Mista do Ministério da Agricultura, que terá sua fase final divulgada em junho. Estamos com a confiança que o selo Made In Pantanal traz para o produto, e de saber que é algo único de Mato Grosso do Sul”, almeja Indiara.
Enquanto isso, Queila e o marido já equacionam o aumento da produção e novos ares para voar. “Queremos ampliar nosso espaço físico para oferecer oficinas práticas e teóricas e ofertar uma experiência com modelagem e esmaltação”, expôs.
Para conhecer os produtos e experiências que já tem disponíveis na plataforma Made in Pantanal e entender como se diferenciar no mercado, acesse https://madeinpantanal.sebrae.com.br/ . Mais informações sobre empreendedorismo podem ser obtidas por meio da Central de Relacionamento do Sebrae/MS no número 0800 570 0800 ou pelo site ms.sebrae.com.br.
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