Menu
sexta, 05 de dezembro de 2025
Câmara de Corumbá - Boas Festas
Cultura

Quatro Luas Pantaneiras retorna ao Pantanal com exibições para comunidades

17 novembro 2025 - 15h52Danielly Carvalho

Ao longo de quase um mês, a equipe de Quatro Luas Pantaneiras percorreu Albuquerque, Barra de São Lourenço, Serra do Amolar e Nhecolândia para registrar a rotina de Vera, Leonora, Edilaine e Rosa Maria. Agora, o grupo volta às mesmas regiões para apresentar o documentário em escolas e para o público local. As exibições têm apoio do Instituto Homem Pantaneiro, ECOA, Secretaria Municipal de Educação de Corumbá, Fundação de Turismo do Pantanal, Fundação de Cultura de Corumbá e Prefeitura de Corumbá. As sessões serão realizadas em Albuquerque no dia 17 de novembro, em Barra de São Lourenço no dia 19, em Paraguai Mirim no dia 20 e em Corumbá no dia 21.

A diretora e idealizadora Ana Carla Loureiro reforça que o projeto busca dar visibilidade às mulheres que mantêm viva a cultura pantaneira. “Esse filme nasce de uma necessidade de justiça, justiça a essas mulheres pantaneiras que, por tanto tempo, ocuparam um lugar quase invisível na história. Mulheres que sustentam o território, a cultura, a economia, mas que raramente são vistas. O documentário busca honrar esse papel, tirar essas mulheres da retaguarda e colocá-las no centro, onde sempre deveriam estar”, afirma.

O longa acompanha as diferentes formas de pertencimento ao Pantanal e revela os vínculos dessas mulheres com a terra e com o ecossistema que as cerca. “Essas quatro mulheres representam diferentes formas de pertencer ao Pantanal, mas todas têm em comum essa força silenciosa, essa entrega à vida e à natureza. Três delas são pantaneiras de nascimento, de raiz mesmo. E a Vera é pantaneira de coração, veio do interior de São Paulo ainda criança, e se fez parte desse território”, diz Ana Carla, que também destaca o trabalho da produtora Bianca Machado, responsável pela pesquisa que levou à descoberta das protagonistas.

A fotografia foi pensada para apresentar o Pantanal em sua vibração real, sem idealização. A diretora lembra que a equipe trabalhou com delicadeza para registrar a vida local com respeito. “Eu tive a sorte de contar com profissionais extremamente sensíveis. Wlacyra Lisboa, Kojiroh, João Paulo Gonçalves e Elis Regina Nogueira entenderam desde o começo essa necessidade de filmar com respeito, com amor, com escuta. Foi um processo muito bonito, porque a equipe toda se envolveu de corpo e alma. Não era só sobre fazer um filme, mas sobre viver o Pantanal”, comenta. “O Pantanal tem uma luz muito própria, uma textura que muda o tempo todo. Era importante que o filme traduzisse isso, a beleza desse território, das pessoas, da vida simples, sem exagero, sem artifício”, complementa.

O documentário também aborda a situação ambiental crítica enfrentada pelo bioma, que vive a pior seca das últimas quatro décadas. “Fiquei tocada pela beleza desses lugares, mas também sensibilizada pelos desafios ambientais. O Amolar, por exemplo, é uma serra extraordinária, tão linda, tão próxima e, ao mesmo tempo, tão pouco conhecida. Mas a gente sente os efeitos dos incêndios e o quanto eles devastaram e impactaram o Pantanal. Há áreas com pouquíssimos animais silvestres, muita poluição, um desequilíbrio visível”, relata. Apesar disso, Ana Carla destaca a força da população pantaneira. “A resiliência do povo pantaneiro, no entanto, é admirável e indispensável: sem ela, não dá pra se viver no Pantanal. É preciso também muita solidariedade e amor pelo lugar, e isso posso dizer que aprendi com nossas personagens”, conclui.

Com trilha original de Marcelo Loureiro, 70 minutos de duração e filmagem em 6K, Quatro Luas Pantaneiras apresenta um retrato sensível da resistência da terra, das mulheres e da cultura local.

O filme é uma realização da Cist em coprodução com a Quíron 5 Filmes, financiado pela Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, Governo do Estado, Lei Paulo Gustavo, Ministério da Cultura e Governo Federal, com apoio da Pantanal Film Commission.

O projeto, regulamentado pelo Termo de Execução Cultural no 1287/2024, também prevê palestras após as sessões e conta com recursos de acessibilidade como Libras, legendas e audiodescrição, ampliando o acesso ao público surdo e às pessoas com deficiência visual.

Serviço:

17/11/2025 – Albuquerque – 19h
Local: Escola Municipal Rural de Educação Integral Luiz de Albuquerque e Melo Pereira e Cáceres e Extensões

19/11/2025 – Barra de São Lourenço – 14h
Local: Escola das Águas Barra do São Lourenço

20/11/2025 – Paraguai Mirim – 9h
Local: Escola Municipal Rural de Educação Integral Polo Paraguai Mirim

21/11/2025 – Corumbá – 20h
Local: Cineclube Macaco da Noite, Prainha do Porto Geral

*Com informações do Tudo do MS. 

Receba as notícias no seu Whatsapp. Clique aqui para seguir o Canal do Capital do Pantanal.  

Deixe seu Comentário

Leia Também

Cultura
Abertura do Festival Gastronômico do Pantanal acontece hoje com aula show e música
Cultura
Moinho Cultural recebe destaque no São Paulo Gala da BrazilFoundation
Cultura
Exposição fotográfica sobre adoção pode ser visitada no Fórum de Corumbá
Cultura
Moinho Cultural mobiliza comunidade no Dia de Doar em Corumbá
Cultura
Novos membros do Conselho de Polícia Cultural tomam posse em Corumbá
Cultura
Festival Gastronômico do Pantanal celebra sabores e cultura por seis dias
Programação
Hoje tem a 2ª edição do "Samba Pagode e Folia" no bairro Centro América
Cultura
Restauração do Cristo em Ladário preserva símbolo histórico da cidade
Cultura
Cineclube exibe curtas sobre violência doméstica e desigualdade de gênero
Reconhecimento
Jornalista Sylma Lima é homenageada na Câmara pelos 22 anos do Capital do Pantanal

Mais Lidas

polícia
Ligação clandestina de água gera flagrante e mobiliza policiais em Corumbá
Esporte
Impasse entre Liga e Corumbaense pode deixar o clube fora do Estadual de 2026
Homenagem
Antigo Mercadão Municipal recebe o nome do ex-prefeito Dr. Edimir Moreira Rodrigues
saúde
Beneficiárias recebem mensagens sobre retirada de absorventes no SUS