Aos 17 anos, Maria Fernanda Castilho Acosta carrega no braço um violino que representa mais do que técnica: é símbolo de esforço, autonomia e pertencimento. Violinista formada pelo Instituto Moinho Cultural Sul-Americano, ela conseguiu comprar seu primeiro violino de luthier unindo o valor da bolsa que recebe do Instituto e a renda obtida com a venda de doces no intervalo das atividades, gesto que traduz a força de sua dedicação à música e ao próprio futuro.
Hoje, Maria Fernanda é spalla da Orquestra Jovem do Moinho Cultural e também integra o Legatto, grupo de destaque da instituição. Seu talento e disciplina a colocam entre as jovens musicistas mais promissoras formadas pelo Moinho, que há 21 anos transforma vidas na fronteira Brasil–Bolívia por meio da arte, cultura e educação.
“Ter um violino bom sempre foi um sonho. A bolsa do Moinho me ajudou a começar a me planejar, mas eu sabia que precisaria de mais. Então comecei a vender brigadeiro no Moinho para juntar o restante. Cada pedacinho desse instrumento tem meu esforço ali”, conta Maria Fernanda.
Onde tudo começou — Maria Fernanda tinha apenas nove anos quando sua mãe a levou ao Moinho Cultural para fazer o teste de ingresso. “Meu primeiro contato com o Moinho foi pela minha mãe. Eu comecei a tocar violino sem nenhum motivo em especial, mas fui evoluindo e me apaixonando”, lembra.
Desde o início, optou pela música e encontrou no violino seu lugar no mundo. Para a jovem, o Moinho Cultural foi determinante em sua formação artística e pessoal. “Eu sou muito grata ao Moinho, porque foi graças a ele que pude conhecer o violino e conhecer pessoas especiais para mim”, afirma.
A evolução foi rápida: de iniciante curiosa, tornou-se referência dentro da sala de ensaio. A posição de spalla, que ocupa hoje, trouxe responsabilidade e amadurecimento musical: “É outra emoção. Ser spalla me ajuda muito a evoluir e exige escuta, liderança e confiança”, disse.
Trajetória
Além da bolsa de estudos do Moinho Cultural, que incentiva a continuidade no percurso artístico, Maria Fernanda mobilizou sua própria rede: passou a produzir e vender brigadeiros dentro do Instituto para completar o valor do instrumento.
“Eu gosto do violino porque o som dele é único. É complexo, é desafiador, é fundamental numa orquestra. Ter um instrumento de qualidade significa ter mais possibilidade de crescer”, explica.
Com o violino dos sonhos nas mãos e uma trajetória de oito anos no Moinho Cultural, ela mira alto: quer cursar bacharelado em música, tocar em orquestras profissionais e viver da arte. Sua família, conta ela, é uma das bases desse caminho. “Minha mãe sempre apoia. Tenho dois irmãos que fazem música também. Um deles já está planejando comprar um violoncelo com ajuda da bolsa do Moinho. A gente cresce junto”, concluiu.
Sobre o Moinho Cultural
Fundado há 21 anos, o Instituto Moinho Cultural Sul-Americano é uma organização da sociedade civil que atua nos territórios fronteiriços do Brasil para a transformação positiva da realidade local, dando voz e vez às crianças, adolescentes e jovens, por meio de acesso a bens culturais, conhecimento tecnológico, noções de empreendedorismo e cidadania plena. Desde o início das atividades, mais de 25 mil crianças e adolescentes já foram atendidos pela instituição.
O Moinho Cultural tem o patrocínio master do Instituto Cultural Vale, por meio da Lei de Incentivo à Cultura, além do patrocínio da BTG Pactual, LHG Mining, Suzano, Too Seguros e RealH. O projeto tem parceria com Criança Esperança, J.Macêdo, Fecomércio – Sesc, Sicredi, Sebrae e Sesi, apoio cultural Fundação de Cultura do Mato Grosso do Sul e Governo do Mato Grosso do Sul, parceria institucional da Prefeitura de Corumbá, Prefeitura de Ladário, Prefeitura de Puerto Suárez, Prefeitura de Puerto Quijarro, Instituto Homem Pantaneiro, IFMS, UFMS, Acaia Pantanal e outros doadores pessoa física e jurídica.
Sobre a OCAMP
A Orquestra de Câmera do Pantanal, criada oficialmente em 2018, integra as atividades do Instituto Moinho Cultural Sul-Americano, que há 18 anos atua na Transformação Social por meio da Arte, em Corumbá.
A Orquestra desempenha relevante papel no contexto cultural da região pantaneira, com ampla programação que inclui repertórios sinfônicos e camerísticos, clássicos, populares e regionais, apropriados não só para salas de concerto, mas também para auditórios, campus e em unidades de ensino, teatros, anfiteatros e espetáculos ao ar livre, vem como para pequenas recepções, aniversários, casamentos e outros eventos. Tem como objetivos principais divulgar a música sinfônica e de câmara, inovar em propostas educacionais e artísticas, estimular a formação de público e, sobretudo, promover a interação entre o saber produzido no Instituto Moinho Cultural Sul-Americano e a sociedade.
Em 2022, alguns músicos desta orquestra integraram a Orquestra Vale Música e estiveram em Dubai. Turnês pelo Brasil e realização do FEMUP – Festival de Música de Concerto do Pantanal, também faz parte do histórico da Orquestra.
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Maria Fernanda é spalla da Orquestra Jovem do Moinho Cultural e também integra o Legatto, grupo de destaque da instituição. (Foto: Divulgação/Moinho Cultural)
