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COLUNA

Entrelinhas

Sylma Lima

Eleições 2022 X crimes etc

30 julho 2022 - 14h04

Marcos Trad, mais conhecido como Marquinhos Trad, é ex-prefeito de Campo Grande, foi vereador e deputado estadual.  No momento atolado em denúncias de crimes sexuais, inclusive que teriam ocorridos no gabinete da Prefeitura, segundo divulgado pela mídia regional e nacional. Pré-candidato ao governo do Estado, Marquinhos é de família de política. Tem um irmão senador, um irmão deputado federal e sobrinho vereador na capital. Ele renunciou o mandato de prefeito para se aventurar candidato a governador.

Respeitados os princípios do contraditório, da ampla defesa e da presunção de inocência, não cabe emitir juízo de valor penal contra o pré-candidato Marquinhos. Ocorre que o eleitor também tem o direito de saber da personalidade, da vida pública, e da retidão social que um representante do povo, ou de quem almeja ter o cargo máximo no estado de Mato Grosso do Sul. Neste sentido, o fato de vir à tona a investigação policial contra o pré-candidato é de interesse público, pois não poderia o eleitor votar em uma pessoa às escuras, sem saber da vida pregressa de fatos tão indignos do cargo que pretende ocupar.

Crimes sexuais relacionados ao exercício do mandato de prefeito é muito grave, caso se comprove e seja verdade, visto que tais delitos de assédio sexual, tentativa de estupro e importunação ofensiva ao pudor teriam ocorridos no espaço público da prefeitura, exatamente no gabinete do prefeito. Configurando também improbidade administrativa por ferir princípios constitucionais e administrativos da gestão púbica, da ética e da moralidade.

Após vários vazamentos de parte das oitivas das vítimas pela imprensa, a Polícia Civil de MS de forma oficial afirmou que: i) Existe sim Inquérito Policial de crimes sexuais contra o pré-candidato Marquinhos Trad; ii) Há várias vítimas prestando declarações sobre o caso; iii) Há outras pessoas como alvo das investigações; iv) Foi representado por Medida Protetiva e Medida Cautelar de apreensão de aparelho celular do investigado Marquinhos Trad, negado pela Justiça.

Advogados de Marquinhos vieram a público e negaram as imputações ao pré-candidato. Contudo, foi dito que ele confessou o adultério e isso seria assunto de família. Portanto, negou crime ou prática de assédio no gabinete da prefeitura.

A investigação continua e os desdobramentos não se sabe ao certo. Caberia prisão do pré-candidato? Se preso, aí seria o fim do sonho e abalo no grupo político de Marquinhos por muito tempo. Se Marquinhos desistir da candidatura, os efeitos também seriam desastrosos. Neste sábado, dia 30.07, em convenção do partido, Marquinhos confirmou sua candidatura ao governo do estado sob as sombras das denúncias de abuso sexual no gabinete da prefeitura e uso do cargo para favores no mínimo imorais.

As narrativas políticas eleitorais serão as de sempre: negar tudo e contra-atacar. Contar com a demora da investigação e atribuição de culpa. Manejar recursos, prazos, dissuadir, amenizar o dano, procurar figurar como vítima, contrapor, declinar a gravidade, criar factoides, misturar conceitos entre verdade e mentira, confundir o eleitor, incutir dúvida, generalizar, minimizar efeitos, atacar vítima, criar erros cognitivos propositais no eleitor, mentir.

As estratégias eleitorais serão das mais diversas proposições e tudo pode acontecer. Aguardamos os próximos capítulos.

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