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Sylma Lima

Descaso com o "ir e vir"

A escadaria centenária que liga o Porto Geral a parte alta da cidade ainda é um obstáculo a ser vencido pela administração pública

12 setembro 2025 - 11h16

É histórico que Corumbá nasceu a beira do rio Paraguai, onde, no século XVIII, o movimento mercantilista acalentava sonhos de todos, nativos e migrantes, trocar trabalho por dividendos financeiros que possibilitariam melhores condições de vida para seus familiares.

Sendo porta de entrada para, o então Brasil pobre em rodovias, a ferrovia era a ferramenta para incremento nas negociações de trocas de produtos e insumos, entre o ocidente e oriente.

Com o avanço nas movimentações comerciais, as vias do porto geral (parte baixa), tornaram-se pequenas e logo, novos traçados de arruamento foram implantados, tendo como acesso as ladeiras.

Esse movimento de expansão, fez com que, residências, edifícios comerciais e institucionais, se instalassem na parte alta da cidade.

Em meados da década de 1920, fora construída, partindo da ladeira José Bonifácio para a rua XV de Novembro, uma escadaria de 126 degraus.

Tida como um desafio, à época, a construção da, hoje, conhecida “escadinha da rua XV”, mesmo depois de um século de existência, os poderes públicos da Cidade Branca, nunca se atentaram para dar um nome próprio para o histórico instrumento arquitetônico de Corumbá.

Pior que isso, a “escadinha da rua XV”, desde o início do atual século, tornou-se ator protagonista de uma novela sem fim.

Cantada em ‘verso&prosa”, a reforma e/ou restauração da “escadinha da rua XV”, já recebera diversos montantes de recursos financeiros para tal e, até as vésperas da comemoração de 247 anos da cidade branca, quase nada ou nada fora feito para proporcionar aos cidadãos de Corumbá e visitantes, tranquilidade e segurança para por ali transitarem.

Depois de interditada, entre 2015 e 2024, no atual exercício houve-se por bem liberar, mesmo que provisoriamente, tal instrumento arquitetônico durante a realização de eventos populares no porto geral.

Hoje, o termo “provisoriamente”, parece que se tornou “definitivamente”, pois, depois de 2015 até o momento, nada de obra de grande vulto fora realizado. Apenas limpeza, lavagem e pintura dos espelhos de seus 101 degraus e instalação de “bicos” de iluminação.

Tida como legado de uma época de pujança política e econômica da cidade branca, a “escadinha da rua XV”, é hoje o maior símbolo de descaso governamental para com a História de um município rico e possuidor de um povo carismático, que ficam intranquilos ao trafegar pelo local.

Foto: Escadaria da rua XV de Novembro em 1982. Arquivo de Cecilia Lucchese

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