COLUNA
Após anos e anos de contribuição, idade avançada e doenças decorrentes da velhice, custos com medicação e outras despesas e agruras da vida, o aposentado e pensionista passaram a ser alvo constante de criminosos, quadrilhas especializadas, e crimes ocorrem a todo o momento. Fato que alavancou os crimes contra os aposentados são os mecanismos digitais impostos pelo INSS para aposentados, obrigando o aposentado do INSS a ter que aprender e manusear (aos 80, 90, 100 anos) aplicativos digitais, em total descompasso com a realidade brasileira. Sem falar no alto custo exigido, como obrigação de ter um aparelho celular moderno, acesso à internet e toda a parafernália exigidas nos aplicativos de celulares do INSS que até mesmo os mais jovens e profissionais não conseguem manusear.
Para se ter uma ideia, o INSS aboliu a emissão do holerite aos aposentados que eram enviados nas residências, acarretando sérios prejuízos, já que era possível a simples conferência do valor recebido e de eventuais descontos indevidos. Nesta semana, a Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União desencadearam uma operação contra a máfia dos descontos indevidos nos holerites dos aposentados. Seis bilhões de reais é a estimativa do “roubo”. Pessoas foram presas e outras afastadas de cargos de direção do INSS.
Uma verdadeira calamidade e omissão do Poder Público, visto que as fraudes vêm ocorrendo – segunda as notícias - desde o ano de 2019. Muita convivência de servidores públicos, criminosos de entidades de fachada, ligações políticas, e enorme prejuízo de credibilidade nas instituições públicas. O tal “governo digital”, aplicativos, agendamentos de consulta on-line e coisas do gênero, virou uma panaceia de inconsistências e aberturas para criminosos, golpistas, vazamentos de dados do INSS e local certo para ação das máfias digitais.
O INSS é uma conquista do povo brasileiro e tem papel fundamental nas políticas públicas de distribuição de renda, garantias de benefícios sociais, assistência à saúde aos trabalhadores, e uma gama de outros benefícios sociais, inclusive doentes, acamados e acometidos de moléstia que impossibilitam o trabalhador a vida laboral normal.
Com o escândalo, ficou demonstrado que os mecanismos de controle estatal não funcionam e os mais vulneráveis foram os mais prejudicados. Além dos descontos indevidos, a Polícia Federal deveria avançar na investigação para alcançar empréstimos falsos contra aposentados, vazamento de dados a criminosos e empresas de empréstimo, e o assédio desmedido de tais empresas contra aposentados, o que tem levado uma calamidade do endividamento.
O trabalhador vem sofrendo com INSS com greve de funcionários, atrasos nas perícias, agendamentos não cumpridos, etc., e agora tudo piorou com os golpes digitais, descontos e empréstimos ilegais. Uma medida urgente é o retorno da emissão do holerite e encaminhamento aos aposentados em suas casas, além de acabar com o tal aplicativo “Meu INSS” que só serviu para criminosos manusear e “roubar” milhões de brasileiros, idosos, aposentados e pensionistas, além de prejudicar o atendimento e abrir portas para marginalidade digital. O atendimento presencial, humano e de qualidade, sem golpes, é o que o cidadão merece, principalmente o aposentado e pensionista do INSS.
Há décadas atrás, o grande problema do INSS eram as filas, que causavam indignação e motivo de piadas e ironias sobre “a fila do INSS”. Hoje, a situação piorou em número e grau. Agora temos é o “roubo do INSS”. Tempos difíceis de ataque aos aposentados que estão à espera de um milagre das autoridades competentes.
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