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Taquari: Morte assistida em eutanásia não consentida

19 abril 2022 - 09h24

Enésima  apresentação do problemático Rio Taquari a um novo Ministro da Agricultura e Abastecimento, apontamentos cansados de tanto ver lamentar as carpideiras de sempre. 

Ainda bem que o Ministro só participou  da abertura, foram 3 horas e 49 minutos, de um seminário sobre o Rio Taquari, sem ninguém baixar os olhos, por átimo, para o Rio Taquari da Planície... 

Não existe só um Rio Taquari, e não estou me referindo ao homônimo também navegável rio estadual no Rio Grande do Sul. 

Este Rio Federal, Rio Taquari, que nasce há mais de 782 metros de altitude Serra  do Caiapó,  Municipio  de Alto Taquari, Estado de Mato Grosso, tem 842 quilômetros  de comprimento para uma declividade total, nesse trecho de Planalto de 662 metros! 

Temos portanto o abrupto e veloz Taquari passivel de reter todo seu  sedimento, e muita Água e força , para  períodos de seca mediante barragens nos seus quilômetros  de voçorocas. 

De outro lado, teríamos  os 430 quilometros já  assoreado Rio  Taquari com uma declividade na Planície   pantaneira iniciando-se  pouco abaixo  de Coxim  em 120 metros sobre o nivel do mar, lá na distante Argentina. 

A altura do aporte do sistema deltaico  da foz do Rio Taquari, no  Rio Paraguai encontra-se na cota de 90 metros, isso nos permite apresentar a todos os interessados um rio Taquari com apenas 30 metros de declividade, entre Coxim e os passos fronteiros do Rio Paraguai : Passo Otília Superior e Otília  inferior. 

Temos portanto um Rio Taquari no Planalto extremamente apto a regular fluxo de água e esbanjando  força  para compensar, por esse aproveitamento de energia limpa, a plena  recuperação de sua Sub bacia , conforme demonstram todos os estudos do PCBAP, mas parece que só falar nisso virou pecado. 

Na Planície também  tornou-se pecado, pensar em tirar a areia, com que décadas de comissão e omissão, lentamente tamponou o leito do Taquari, e dispor tal areia  no talude das margens dos lados Paiaguás e Nhecolândia isso sim seria uma "catástrofe" merecedora de excomunhão do seio da virtude e cancelamento imediato. 

Entre consertar um rio, com técnicas  existentes,  opta-se por mante-lo agonizante, aguardando sua morte , com a agilidade ao nada agir  além de projetos e projetos, quiçá  por outros 40 anos... 

 O Pantanal nunca impõe, mas nesta Páscoa de 2022,  haveremos de nos expor nesta contrita Oração, para que as águas de um novo Taquari refeito, faça  ressuscitar seu velho  leito, sem o qual nossa vida está parecida com um cativeiro! 

 

Texto de Armando Arruda Lacerda, Porto São Pedro 
Foto de Sílvio Andrade

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