A ponte sobre o rio Paraguai, nossa única ligação terrestre com o restante do país, está comprometida. O buraco no pavimento, com vergalhões expostos, escancara o abandono. Quem atravessa a ponte arrisca a própria vida em meio ao tráfego pesado de comboios de caminhões que cruzam dia e noite, enquanto carros pequenos, motociclistas tentam escapar dos buracos e do peso das carretas.
E o descaso não para por aí. O pedágio foi encerrado em outubro de 2022 e, desde então, não há ninguém administrando a manutenção efetiva da ponte. Durante anos, o pedágio existiu para custear a manutenção da ponte e os serviços de conservação da travessia. A construção da ponte já havia sido concluída antes da cobrança. Os recursos arrecadados foram utilizados na manutenção durante o período da concessão. O problema começou quando o contrato terminou e a administração passou para o Estado: desde então, a ponte ficou sem fonte de custeio específica e sem um plano claro e efetivo de conservação. Agora, a estrutura segue à própria sorte: sem fiscalização adequada, sem manutenção regular e sem explicação ao povo sobre as providências efetivas que serão tomadas.
O que vemos são promessas de reparos imediatos sempre que o problema se agrava. Mas o povo de Corumbá e Ladário não quer mais remendos. Queremos e exigimos:
- Obra estrutural definitiva, com começo, meio e fim, e não mais improvisos.
- Controle e fiscalização do tráfego de caminhões pesados para evitar o colapso da estrutura.
- Plano permanente de manutenção preventiva, porque a ponte não pode mais depender de emergências.
- Prestação de contas sobre as providências e os planos reais para a ponte.
Que ninguém se engane: o que ocorre na ponte não é obra do acaso nem falha inesperada, é consequência direta de uma omissão grave e injustificável. Os responsáveis têm nome, cargo e obrigação de agir. Cada dia sem solução aumenta o risco e o peso dessa responsabilidade. A ponte não está apenas pedindo socorro está gritando e o povo também.
Por Anne Andrea Fonseca de Andrade, advogada e cidadã corumbaense.
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