Enquanto a imprensa local noticia que os furtos de cabos elétricos estariam atrasando a modernização da iluminação pública em Corumbá, a população se pergunta: e as ações concretas? Onde está o policiamento preventivo, as rondas ostensivas, a vigilância urbana?
Relatar o problema não basta. Essas matérias funcionam mais como escudo diante das cobranças do que como resposta efetiva. O que se espera do poder público são providências objetivas. Monitoramento por câmeras em pontos vulneráveis. Presença constante da Guarda Municipal. Integração real com a Polícia Militar e a Polícia Civil. Investigação diligente de cada caso, com registro e responsabilização.
A responsabilidade pela segurança pública é compartilhada. Compete ao Estado, por meio das forças policiais, garantir o patrulhamento e coibir os crimes. À administração municipal, cabe proteger o patrimônio público, manter as vias iluminadas e atuar em parceria com os demais órgãos. Quando essas atribuições são negligenciadas, o resultado é abandono e insegurança.
Em 2016, foi anunciada em Corumbá uma central de videomonitoramento com capacidade para até 170 câmeras, sob responsabilidade da Guarda Municipal. No mesmo período, o Estado instalou 15 câmeras em pontos estratégicos, como parte de um investimento de 4 milhões de reais destinado ao combate à criminalidade na fronteira. Em 2021, novas câmeras foram prometidas: 30 com visão 360 graus e outras 8 fixas, com previsão de ampliação do sistema. Até hoje, porém, não há transparência sobre a instalação, o funcionamento ou a cobertura desses equipamentos. Requerimentos parlamentares foram apresentados solicitando esclarecimentos, mas os resultados permanecem invisíveis, assim como os olhos eletrônicos que deveriam proteger a cidade.
Corumbá não está no escuro apenas pela ausência de iluminação. Está às cegas diante de promessas não cumpridas. A população não exige o impossível. Apenas espera que o que foi anunciado com entusiasmo e assumido publicamente seja, enfim, executado. Segurança pública não se constrói com discursos nem com placas de inauguração. Exige estrutura, planejamento e responsabilidade.
Modernizar é necessário. Mas governar vai além de trocar lâmpadas. É também prevenir, proteger e agir. O tempo das promessas já passou.
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