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"Obrigação do Exército é garantir a soberania com ações voltadas para a segurança",diz general

22 abril 2017 - 08h12Sylma Lima

A presença das forças armadas em Corumbá é histórica, não apenas pelo entrosamento com a sociedade como pelas ações sociais que beneficiam milhares de famílias em situação de vulnerabilidade, mas principalmente por atuar como força auxiliar no combate ao crime organizado nesta região de Fronteira Oeste. Já foi o tempo em que os militares se mantinham afastados das comunidades devido a hierarquia imposta pelas patentes ou até mesmo pelo saldo negativo (em alguns aspectos) do período da ditadura. Hoje a tarefa das forças armadas tem sido presente na vida das pessoas, nas comunidades onde mantem seus exércitos.

 Não faz muito tempo em que soldados armados fiscalizam a Fronteira Brasil/Bolívia na altura do Posto Esdras com fuzis e metralhadores e naquela época Corumbá não era citada nos noticiários como corredor do narcotráfico, que garante a subsistência do crime organizado com o contrabando de armas pesadas, munições, granadas e principalmente cocaína, que abastecem os grandes centros e sabidamente são usadas para matar policiais e fazer assaltos vultuosos, seja em carro forte ou agencias bancarias. Entretanto, o Exército não pode tomar para si atribuições das policias que tem o papel de repreender o crime com fiscalizações sistêmicas nas estradas e rodovias, no caso de Corumbá, principalmente a conhecida cabriteira ainda ‘operante’, tem papel fundamental na entrada e saída de ilícitos entre os dois países.

No dia 19 de Abril foi comemorado o dia do Exército Brasileiro e o Capital do Pantanal conversou com o General João Denison Maia Correia ( 18ª Brigada de Infantaria Ricardo Franco) que enfatizou que o papel dos militares é garantir a soberania nacional. Confiram a entrevista na integra:

Capital do Pantanal: Hoje, as forças armadas estão muito mais próximas das comunidades onde atuam, temos na brigada de Corumbá um ponto de referência. Inclusive já tentaram tirar a Brigada daqui, mas graças à atuação política a permanecia da Ricardo Franco foi mantida. Já que estamos na semana do Exército, como o senhor vê essa interação da população com as forças armadas?

General João Denison :Nós estamos particularmente na faixa de fronteira, e temos atuado bastante num ambiente inter agências, na última Operação Ágata, isso ficou bem nítido, nós cumprimos nossa missão de acordo com o marco legal previsto na constituição federal art. 42, que é defender a Pátria, mas também atendemos a lei complementar 97, que nos atribui a capacidade de atuação, poder de polícia. Na parte de fronteira, utilizamos esse instrumento para nos aproximar das agências, e permitir que elas, através desse suporte, cumpra melhor as suas missões.

A proximidade com a comunidade é bastante patente, porque nós temos ao longo do Rio Paraguai, na fronteira, uma comunidade ribeirinha bastante carente. Cumprimos nossa missão de defender a pátria e manter a soberania e temos muito contato com essa população. Sempre programamos atividades cívicas sociais, de forma a incrementar a nossa aproximação, porque essa comunidade também é importante no cumprimento da nossa missão, eles estão sempre presentes quando passamos e no momento em que eles são fixos e nós móveis, eles nos passam informações interessantes, essa interação é benéfica para ambos. Através das ações os ribeirinhos recebem mantimentos, atendimento médico e nós, dados importantes para planejamentos.

Com a cidade de Corumbá, nossa interação é bastante antiga, e se fixa bem com a retomada da cidade, depois da campanha da tríplice aliança, temos participação na história da cidade e somos reconhecidos por isso. No ano passado, o Exército, num processo de transformação, pensava em desativar a brigada para ativá-la em outro ponto no arco fronteiriço amazônico, mas a proposta acabou sendo reformulada e recebemos uma nova estratégia, eu recebi a orientação de conduzir os trabalhos para permanecia, tanto o poder político quanto a comunidade ficaram satisfeitos.

CDP: Em Corumbá, região de fronteira, a maior necessidade é segurança, e o Exército tem ações voltadas para a segurança, entre elas a Operação Ágata. Como estão os planejamentos para as ações deste ano?

General João Denison: Ano passado nós tivemos uma Operação Ágata com um modelo bem amplo e com recursos, mas apenas uma, para este ano, estabelecemos uma nova  metodologia de desenvolvimento e aplicação da Ágata, ela vai ocorrer sucessivamente ao longo do ano em caráter episódicos, já conduzimos uma operação este ano com a Marinha e as agências da Receita Federal e Polícia Federal, mas pretendemos, ao longo do ano aplicar nosso poder de combate para novas operações Ágatas.

CDP: Corumbá tem o Posto Esdras na região da fronteira, onde também tem uma área do Exército, onde antigamente faziam fiscalização armada, o senhor vê possibilidade de hoje, com a situação que vivemos, o Exército voltar a atuar contra o crime nas cidades fronteiriças?

General João Denison: A atuação das organizações criminosas preocupa bastante, porque são ilícitos transfronteiriços, a Operação Ágata tem sempre o objetivo de diminuir o impacto dessas ações criminosas, mas sempre estaremos atuando como suporte logístico a outras agências, cada uma dentro de sua competência. O Exército, pelo marco legal da constituição tem a missão de defender a Pátria, e isso é garantir a soberania, isso é o instrumento militar de guerra, a segurança da qual a comunidade a qual você se refere está mais ligada a outros órgãos de segurança pública, que tem essa competência especifica. Estamos sempre estabelecendo parcerias quando há interesse em diminuir o ilícito transfronteiriço, essa é a filosofia da Operação Ágata, estamos sempre atuando juntos, mas no suporte a essas agências.

No Posto Esdras, o Exército tem uma área militar, e estamos sempre no patrulhamento, é um marco de fronteira, reconhecimento. É sabido, inclusive da comunidade que temos ali umas construções de bolivianos, que ficam bem no limite da fronteira, e nós estamos estabelecendo uma vigilância constante para que não haja uma espécie de uma invasão, isso afetaria a soberania, mas de uma certa forma estamos sempre acionando as agências para manter a vigilância naquela área e assim manter a soberania do território.

As parcerias são sempre bem-vindas porque as competências são muito bem definidas para cada órgão, a sinergia que conseguimos quando realizamos a Operação Ágata gera frutos benéficos para a sociedade brasileira, principalmente porque estamos na faixa de fronteira. 

 

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