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Cresce número de atropelamento de animais silvestres nas estradas de MS

26 abril 2017 - 07h43Gesiane Medeiros com informações da Ciência Pantanal

Os números assustam especialistas, pesquisadores e defensores do meio ambiente. Pesquisa realizada entre os anos de 2013 e 2014 apontou que pelo menos 1.152 animais morreram atropelados em apenas três trechos de duas rodovias (cerca de 23 mil quilômetros) de MS. Os animais mais atingidos são o Lobinho ou cachorro-do-mato, tatu-peba, tamanduá-bandeira e a anta brasileira. A constatação é um alerta para a necessidade de melhorar a travessia destes animais nas vias com mais segurança.

Registro de anta da espécie Tapirus Terrestris, encontrada morta no acostamento de rodovia. Foto: Patrícia Medici

Artigo intitulado “Atenção! Bichos na pista”, publicado na revista Ciência Pantanal recentemente, detalha a pesquisa e constata que as rodovias que cortam o estado possuem uma das mais altas taxas de colisão entre veículos e animais silvestres do Brasil. As mortes dos animais, principalmente de médio e grande porte, acima de 1 kg, se torna ainda mais preocupante porque eles são considerados de baixa reprodução, e isso reduz as chances de sobrevivência das espécies. Além disso, a colisão com um mamífero grande, como uma anta ou uma capivara, pode causar a destruição total do veículo e a morte de pessoas.

Os três trechos monitorados na pesquisa foram: a BR-262, entre Campo Grande e a ponte sobre o rio Paraguai; a BR-262, entre Campo Grande e Três Lagoas e a BR-267, de Nova Alvorada do Sul até Nova Andradina. No total, foram percorremos mais de 23 mil quilômetros, coletando informações sobre atropelamentos de fauna.

Durante o percurso foram encontrados 1.152 carcaças de animais atropelados, incluindo 18 espécies de mamíferos silvestres (1.084 indivíduos), seis espécies de aves (60 indivíduos, incluindo emas, seriemas e araras), três espécies de animais domésticos (5 indivíduos, incluindo cavalo, gato doméstico e coelho), uma espécie introduzida (porco monteiro) (1 indivíduo) e duas carcaças não identificadas (2 indivíduos).

Imagem: reprodução revista Ciência Pantanal

No começo de 2017, foi iniciado o projeto Bandeiras e Rodovias, para desenvolver estratégias de manejo das paisagens e rodovias para a prevenção de acidentes e, consequentemente, evitar a extinção local dos tamanduás. Para isso, o programa vai quantificar os impactos das rodovias e analisar suas consequências para a saúde dos tamanduás-bandeiras, terceira espécie mais atropelada na região. O tamanduá-bandeira ocupa a terceira posição no ranking dos animais mais atropelados, durante o monitoramento realizado pela equipe da revista, foram encontradas 135 carcaças da espécie.

Outro projeto, desenvolvido de março de 2014 e até janeiro de 2017, trabalhou com o monitoramento das antas-brasileiras. O programa encontrou 152 carcaças de antas nas rodovias da região.

Lobinho ocupa a primeira posição do ranking de animais mais atropelados. Foto: Julia Oshima

Para reduzir esses atropelamentos de animais silvestres ao atravessar vias expressas e o risco de perdas humanas em colisões, pesquisadores propõem algumas medidas. “Instalar ou melhorar passagens de fauna já existentes nas junções de matas e rodovias, por exemplo, é uma medida com potencial para diminuir o número de fatalidades, pois tais locais são preferidos pelos animais para cruzar as rodovias. A associação das passagens com cercas é imprescindível”, afirmam os pesquisadores. O estudo é de autoria de Arnaud Leonard Jean Desbiez (Royal Zoological Society of Scotland e Instituto de Conservação Animais Silvestres) e Emília Patrícia Medici (Instituto de Pesquisas Ecológicas e Instituto Nacional para Conservação da Anta Brasileira).

Reduzir a velocidade nos trechos de travessia, melhorar a sinalização e promover a educação ambiental no estado do Mato Grosso do Sul também são ações recomendadas.

 

 

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