Menu
quinta, 25 de abril de 2024
Governo - Fazer Bem Feito - Abril 24
Andorinha - Novos Ônibus - Agosto 2023
Geral

Estudo aponta que Aves do Pantanal são ameaçadas pela ação humana

21 abril 2017 - 09h02Gesiane Medeiros com informações da revista Ciência Pantanal
Ave Mutum de Penacho fotografada na Fazenda Rio Negro. Foto: Paulo Robson Souza

Artigo recentemente publicado na revista Ciência Pantanal aponta que as intervenções humanas no bioma da região podem afetar a conservação de três espécies de aves importantes na dispersão de sementes e na renovação das matas da região: arancuãs, jacutingas e mutuns. Publicação da Ong WCS Brasil, organização brasileira sem fins lucrativos, fundada em 2004, com foco no Pantanal e Amazônia, mostra que em áreas de florestas densas, contínuas e conectadas do bioma, a quantidade de animais dessas espécies por área avaliada era bem maior (429 jacutingas, 150 mutuns e 1.739 arancuãs) na comparação com regiões alteradas por atividades humanas, como desmatamento e pecuária extensiva na planície pantaneira. Nestas últimas áreas, foram encontrados 18 jacutingas e 338 arancuãs. No caso dos mutuns, o número foi semelhante, o que pode ser explicado pelo surgimento de uma “savana artificial” e ao fato dessa espécie explorar tanto o solo de florestas quanto o de cerrados e campos sujos.

O levantamento foi feito na região da Nhecolândia, no município de Corumbá (MS), entre 2012 e 2013. “A redução das populações dessas aves pode desencadear sérias consequências para a interação biológica da paisagem, em longo prazo”, afirmam os autores da pesquisa, Alessandro Pacheco Nunes (UFMS), Rudi Ricardo Laps (UFMS), Walfrido Moraes Tomas (Embrapa Pantanal) e Marcelle Aiza Tomas (UFMS). A terceira edição da revista Ciência Pantanal, editada pela WCS Brasil (Wildlife Conservation Society ou Associação Conservação da Vida Silvestre, em português) está disponível em https://goo.gl/H1LpNk.  

A ave Aracuã é um das espécies ameaçadas. Foto: Rud Laps

Pesquisadores acreditam que “no Pantanal, os modelos tradicionais de pecuária com manejo sustentável das paisagens nativas promoveram poucas alterações nos padrões ecológicos, ao longo de décadas. No entanto, a ampliação da pecuária extensiva em várias regiões da planície pantaneira causa drásticas alterações no bioma. E não somente pelo desmatamento, mas também pelo raleamento de cordilheiras e substituição da vegetação nativa por pastagens cultivadas. Esse tipo de intervenção isola as manchas florestais, altera a qualidade dos habitats e simplifica paisagens complexas, afetando negativamente a biodiversidade regional”.

Estudo alerta para o risco de extinção das espécies aracuãs, jacutingas e mutuns, que desempenham importante papel no meio, atualmente, mesmo com os efeitos da ação humana, ainda é possível ver e ouvir os cracídeos desempenhando seus relevantes papéis como dispersores de sementes e integrantes da biodiversidade, porém se as intervenções humanas prosseguirem na escalada atual, provavelmente os únicos vestígios da existência dessas aves  serão aqueles eternizados nos poemas do saudoso Manoel de Barros.

Artigo:

Deixe seu Comentário

Leia Também

Em Miranda
Homem é preso por pesca sem licença e uso de petrechos proibidos
Administração
Taxa de Atividade de Ambulante, Eventual e Feirante pode ser parcelada em 3 vezes
Flagrante
Brasileiro é preso com 4kg de Skunk em ônibus que seguia para Campo Grande
Pesquisa
Uma em dez famílias enfrenta insegurança alimentar moderada ou grave
Incentivo
Prefeito entrega uniformes escolares e esportivos para alunos da Rede Municipal de Ensino
No Cristo Redentor
Marido agressor morre em confronto com a Força Tática
Homem teria sacado arma para policiais que revidaram a ameaça com disparos
Na ALEMS
Projeto de Lei obriga planos de saúde justificarem negativa de cobertura
PF
Agendamento on-line para emissão de passaporte volta a funcionar
Terenos
Motociclista ultrapassa carreta e morre em colisão na BR 262
Meio Ambiente
Edital anuncia R$ 10 milhões para instituição atuar na preservação do Rio Taquari

Mais Lidas

Convênio
Riedel recebe novo comandante do 6º Distrito Naval de Ladário e renova parcerias com a Marinha
Esclarecimento
Ladário diz que advogada só recebe os 12 milhões se ganhar a causa
Estados Unidos
Em Nova Iorque, presidente do IHP fortalece a conservação do Pantanal como necessidade mundial
Meio Ambiente
Biomassa é o caminho para Mato Grosso do Sul evoluir rumo à transição energética