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Curso aborda usos de espécies do Pantanal e Cerrado para a recuperação ambiental

21 outubro 2017 - 10h20Embrapa Pantanal

Em Aquidauana (MS), técnicos, estudantes, consumidores, produtores rurais, representantes de instituições públicas e privadas se reuniram para discutir a coleta e a conservação de sementes, produção de mudas e estratégias de restauração ecológica para os biomas Pantanal e Cerrado. Assuntos como o código florestal brasileiro, programas de recuperação ambiental, características de espécies nativas e recomendações de cultivo foram abordados em um curso de três dias oferecido gratuitamente através da parceria de diversas entidades.

“Algumas pessoas vieram pelo interesse em aprender a produzir mudas e sementes, plantar diferentes espécies. Outros procuraram saber mais sobre a legislação, técnicas de restauração, como elaborar projetos de recuperação ambiental e alternativas para os produtores rurais nesse contexto”, diz a chefe-adjunta de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Pantanal, Catia Urbanetz – uma das organizadoras do evento. Ela conta que o intercâmbio de informações entre os participantes ajudou a levantar demandas, identificar gargalos e possíveis soluções nessas áreas, assim como delinear o papel de cada ator nos processos.

Troca de experiências

O produtor rural Rodrigo Lopes, que trabalha há mais de 15 anos com gado de corte em uma fazenda de 900 hectares próxima a Aquidauana, quer diversificar as atividades inserindo o componente florestal no sistema produtivo. Para isso, ele avalia plantar espécies como cumbaru, jatobá, louro, aroeira, angico e cedro em uma área inicial de três hectares. “Estou estudando o sistema agroflorestal para implantar na propriedade. Ele oferece muitos benefícios. Até pensei em inserir plantas exóticas, mas decidi começar com as nativas porque elas já são daqui, estão melhor adaptadas”. No curso, veio buscar informações sobre os plantios e sobre a legislação que os regula. “Vou precisar de informação e apoio técnico”.

O professor da UEMS Thiago Woiciechowski, que também participou do curso, trabalha com a formação de profissionais que podem auxiliar a elaboração de projetos como o que Rodrigo pretende montar. “O MS é muito diversificado, tanto na fauna e flora quanto nas condições climáticas e de solos. Assim, os futuros profissionais devem estar aptos a trabalhar em qualquer área do estado, bem como conhecer as nuances que cada situação ou ambiente degradado apresenta”, diz. “Acredito que há muita necessidade de informações para a formação e conduta dos profissionais. Essas informações devem vir de profissionais com experiência na recuperação de áreas degradadas nos biomas e ecossistemas em questão”.

Paulo Baltazar, professor de licenciatura indígena da UFMS, afirma que veio buscar informações para subsidiar um trabalho de gestão territorial e ambiental do território indígena de Taunay/ Ipegue, também em MS, que tem hoje cerca de 5.200 moradores. De acordo com Paulo, 90% dessas pessoas trabalham com algum tipo de cultivo. “A fertilidade do solo está baixa. Vamos buscar os conhecimentos tradicionais junto aos científicos para tornar essas terras produtivas, recuperar solos, nascentes e voltar a plantar espécies que não cultivamos mais”, conta. Entre os interesses da comunidade estão o plantio em consórcio, agroecologia e sistemas agroflorestais.

Para o promotor de justiça do Ministério Público de MS, Anthony Brandão, é dever de entidades públicas, privadas e sociedade em geral o trabalho pela conservação ambiental que irá viabilizar a presença da atividade humana. “A legislação ambiental – que, apesar de seus problemas, é importante – tem um objetivo muito claro: disciplinar o acesso e uso da vegetação nativa. É uma norma que procura disciplinar os conflitos entre interesses particulares e coletivos”, diz. “Se o manejo for inadequado, podemos prejudicar tanto a atividade rural quanto o meio ambiente”. Para evitar esses problemas, ele recomenda a atuação conjunta de produtores, legisladores, técnicos e demais envolvidos com o uso desses recursos no estado.

A capacitação desta semana será adaptada para um curso semelhante, adequado às características do bioma Mata Atlântica, previsto para o próximo semestre. As palavras são da agente de desenvolvimento rural do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) Fabiana Ruas, que também é coordenadora regional do Projeto Biomas. “Alguns temas e técnicas de manejo, restauração e recuperação de áreas degradadas se aplicam ao bioma”, afirma. “O nível de degradação local é alto em função do uso inadequado do solo por muitos anos. Nossos rios sofrem com déficit hídrico e temos muitas áreas com morros, acelerando o processo de erosão na parte de cima e de assoreamento dos rios na parte baixa”. Para Fabiana, realizar esse tipo de capacitação cria um espaço para que consumidores, produtores, técnicos e governos trabalhem para buscar soluções conjuntas que beneficiem o ecossistema e seus integrantes.

 

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