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Tecnopolítica e democracia

04 novembro 2019 - 08h25

É provável que o leitor tenha em mãos um celular moderno com vários aplicativos e acesso a internet, e que esteja adicionado em alguma rede social, como facebook, instagran, etc. Afinal estamos na 4º revolução industrial ( Revolução 4.0) com um arsenal de novas tecnologias, como inteligência artificial, nanotecnologias, drones para transporte de cargas, pessoas e vigilância, e um amplo espaço de inovações no campo da internet, aplicativos de celular, e mudanças nas configurações no ambiente virtual da era da globalização.

A influência das redes sociais no processo democrático é algo já consolidado e teve seu maior poder de manipulação nas últimas eleições em 2018. As redes foram inundadas com fakes news numa guerra virtual das campanhas eleitorais. Perfis falsos são criados pelo menos um ano antes das eleições, e há métodos avançados no mundo virtual de produção constante de notícias falsas, que exerceram e ainda exercem influência no poder político e na democracia.

A tecnolopolítica é uma política feita por robôs ( bots) que são programados para simularem ações humanas, e que exercem influência na política e no processo de representação popular. Ações de robôs virtuais estão sendo usados cada vez na internet em processos de comunicação político-ideológico.

Neste ambiente, tecnologias avançadas analisam milhões de dados da internet com capacidade de influenciar e prever comportamentos, conforme os dados da pessoa, seus gostos, postagens, curtidas, compartilhamentos, acessos, etc. A tecnolopolítica, com toda sua amplitude tecnológica de influencia social, pode ser usada para possibilitar maior controle popular democrática dos gastos públicos, acesso a informações estatais e, com isso, melhorar a cidadania e o sistema democrático.

Por outro lado, a tecnopolítica atua também no submundo político das fakes news, com multiplicação em massas de notícias truncadas e inverdade que serem para confundir o eleitorado, num verdadeiro mácula ao processo de livre escolha e voto popular.

Atualmente já se fala em na Inteligência artificial no Direito e como isso pode ser implantado em processos judiciais. Sistema de algoritmos, modernas técnicas de coleta de dados, cruzamentos de informação na rede internet, avaliam em massa, comportamento dos consumidores em potencial, ideologias e posições políticas.

Neste novo “admirável mundo novo” da tecnologia digital e das redes sociais, o sistema eleitoral precisa acompanhar, analisar e coibir, se for o caso, de manipulação de informações, da “poluição” da internet, fake news, etc.

Mas isso será fácil, visto que as redes sociais são praticamente incontroláveis e será um desafio da justiça eleitoral criar sistemas eficientes que tenha capacidade operacional de impedir campanhas eleitorais de conteúdo falso, e até criminoso. No entanto, é possível ver avanços na análise da justiça eleitoral e outros mecanismo de controle social contra a propagação de notícias falsas. A tecnopolítica veio para ficar neste mundo digital com seus benefícios e também com forte efeito colateral se usado ilicitamente.

 

Valmir Moura Fé é delegado de polícia.

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