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Vingança Chinesa

04 abril 2020 - 10h55

O governo brasileiro começa a colher os frutos da tempestade que plantou em sua relação com a China, e justamente quando mais precisava para salvar vidas de brasileiros.

Com a decisão de Pequim de redirecionar material que poderia salvar vidas no Brasil deve ser interpretada no contexto das ofensas que a família do presidente dirigiu contra o governo chinês. Agora, quando necessitou, foi esnobado tanto por Pequim como por Washington.

Durante a semana, o governo brasileiro foi surpreendido com a decisão dos chineses de enviar materiais para combater o coronavírus para os EUA, em detrimento de acordos que já existiam com o Brasil. A decisão ocorre duas semanas depois que o deputado Eduardo Bolsonaro foi às redes sociais para acusar a China pela pandemia. Depois de uma reação dura do embaixador chinês, foi a vez do chanceler Ernesto Araújo sair em defesa do filho de seu chefe, aprofundando o mal-estar.

É óbvio que Bolsonaro está começando a colher o que semeou ao acusar ou deixar que seu filho acusasse a China de ser responsável pela pandemia.

Num momento como este, no qual todos países tentam obter dos chineses os mesmos fornecimentos escassos, é evidente que o governo chinês escolherá os beneficiados de acordo com seus próprios interesses ou pela qualidade e intensidade do relacionamento bilateral.

No instante mesmo em que o presidente brasileiro se gabava de ter alcançado a promessa de auxílio dos americanos, estes despachavam mais de 20 aviões à China para trazer o material, parte do qual teria sido destinado ao Brasil. E que se empenha, fiel a seu lema "America First", em se atravessar no caminho do Brasil ou de qualquer outro país na disputa pelos fornecimentos chineses.

Por Washington Castro Nunes, brasileiro que já morou em Corumbá e hoje vive nos Estados Unidos

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